GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Abrigos: EVOA

Flamingo (Phoenicopterus roseus)
Foi difícil de conquistar-me, mas ganhou um lugar especial no meu coraç… na minha câmara fotográfica. No EVOA podemos encontrar três abrigos de observação, os primeiros a serem construídos, e mais recentemente um abrigo dedicado à fotografia de vida selvagem. Dos abrigos de observação dificilmente se conseguem obter fotografias com uma boa (para não dizer excelente) qualidade. No entanto, a história é outra quando falamos do abrigo fotográfico.

Colhereiro (Platalea leucorodia)
Alfaiate (Recurvirostra avosetta)

Este novo abrigo encontra-se mesmo por cima da linha de água de uma das lagoas, com algum azar poderemos mesmo deixar cair alguma coisa na água, este aspecto é deveras importante para as fotografias saírem com uma composição mais apelativa. A segunda grande vantagem é que o abrigo permite-nos ficar realmente perto das aves, não só as fotografamos melhor, mas como as conseguimos observar sem recurso a binóculos. O que permite observar outros pormenores que depois capturamos numa fotografia única.
Pernalonga (Himantopus himantopus) 

Milherango (Limosa limosa)
Para mais informações sobre a utilização deste abrigo deverá entrar em contacto com o EVOA, quer através do seu website http://www.evoa.pt/ ou através do e-mail evoa@evoa.pt.

Abrigos: Faia Brava

Grifo (Gyps fulvus)
Um dos locais que mais gostei de fotografar foi na Faia Brava. Este local único torna-se ainda mais especial por ficarmos completamente embrenhados na natureza. Sem luz ou água canalizada, mais concretamente sem os problemas da sociedade moderna e sem as confusões ou stresse das grandes cidades. Aqui estamos livres dos e-mails, do facebook e de tudo o resto. Quando o sol se põem acaba-se a luz, não há um interruptor ao virar da esquina, e tudo passa a ser feito com recurso a lanternas (nada de velas, pois há sempre o risco de causar um incêndio desnecessário). É simplesmente brutal e mais do que recomendado. 
Relativamente à fotografia de vida selvagem, neste caso de aves. A ATN (Associação de Transumância e Natureza) construiu um excelente comedouro com abrigo fotográfico para aves necrófagas, ou seja, para abutres e milhafres. No dia que tive oportunidade de utilizar o abrigo fotografei um bando de grifos (Gyps fulvus) a alimentarem-se com as confusões habituais, um milhafre-preto (Milvus migrans) que descia quase a pique e apanhava um bocado de comida, preferindo comê-la em pleno voo, e finalmente apareceu um britango ou abutre-do-egipto (Neophron percnopterus). Embora o abrigo esteja um bocado de lado em relação ao sol (quando este nasce), o local permite fotografias excelentes destas magníficas aves e usualmente muito perto do abrigo.

Milhafre-preto (Milvus migrans)
Para mais informações deverá consultar o website da ATN e a página sobre o Abrigo dos Grifos na Faia Brava.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Truques: Lontras

Os mamíferos são os animais mais difíceis de fotografar em Portugal, se formos até África existem imensas espécies que conseguimos observar e fotografar facilmente. Regressando ao panorama nacional, um pequeno estudo revela-nos que a maioria das espécies apresenta comportamentos noturnos. Esta característica é uma grande desvantagem para nós humanos, pois a nossa visão é muito má durante o período noturno. Se a nossa é má, a da câmara ainda é pior. Por isso focá-los durante a noite é impossível, a não ser que tenham um holofote muito potente, mas nesses casos podemos assustá-los com a luz forte e apenas os vemos a fugir.



Uma das soluções é tentar fotografá-los ao lusco-fusco, tanto ao nascer como ao pôr-do-sol. No caso da lontra-europeia (Lutra lutra), tive alguma sorte em encontrá-las, mas acabou por envolver uma enorme preparação. Inicialmente observei-as a brincar numa charca ao final do dia, o resultado desta observação levou-me a passar algumas tardes junto ao local onde as observei uns dias antes, mas sem sucesso. A estratégia virou-se para tentar fotografá-las de manhã, isso implicava montar o abrigo antes do nascer do sol e esperar não ser detetado por elas. Com o sol a nascer às 7h, era imperativo estar no abrigo por volta das 6h, o que implicava acordar às 5h30 e caminhar durante 15 minutos com a tralha toda às costas em plena escuridão. A tralha incluía um abrigo, a mochila com a máquina fotográfica e a objectiva, o tripé, um saco de cama e uma manta. Sim, um saco de cama e uma manta, pois o local onde estava a fotografar fica na região de Évora e no inverno todas as noites caía uma geada que congelava tudo, inclusive o sistema de rega. Ou seja, toda a proteção contra o frio intenso era bem-vinda, acabava por ter de levar também um gorro, dois pares de luvas (porque só um não era suficiente), duas calças e vários casacos (alguns daqueles usados para a neve).

Montar o abrigo tem de ser rápido, deixando todas as luzes apagadas e permanecendo o mais escondido possível. Usualmente ficava atrás do abrigo enquanto prendia as estacas, caso o vento levantasse já não teria de me preocupar em segurar o abrigo.
As primeiras horas de espera são as piores. Primeiro porque não sabemos se fizemos tudo bem, depois porque ainda está de noite e não vemos nada, no entanto, aproveitamos para começar a preparar tudo. Montamos o tripé e colocamos a máquina, ajustamos o ISO e verificamos a velocidade, esta tarefa terá de ser feita de 20 em 20 minutos, mesmo que não estejamos a fotografar. Desta forma asseguramos-nos que temos a máquina pronta para quando as lontras aparecerem. Quando a luz estabiliza, por volta de 2 horas depois do sol nascer, o processo abranda, no entanto, temos de ter sempre em atenção os locais à sombra.

Depois de tudo feito basta apenas dar ao gatilho. Ter em atenção que só se devem mexer ou fotografar quando as lontras estiverem relaxadas. Caso alguma delas olhe para o local do abrigo ou venha na direção do abrigo, olhem para outro lado e permaneçam totalmente imóveis, parando de fotografar. Quando ela relaxar, podem retomar a sessão fotográfica.
Resumo:
Habitat – rios, ribeiras, lagos, lagoas, albufeiras, zonas húmidas;
Alimentação – peixes, anfíbios;
Equipamento – abrigo, tele-objectiva;

Época do Ano – todo o ano;

domingo, 20 de setembro de 2015

Truques: Guarda-rios

Guarda-rios (Alcedo atthis) fotografado numa albufeira.
O guarda-rios (Alcedo atthis) é uma das aves mais belas que ocorre em Portugal. Como qualquer outra espécie, antes de sair para o terreno para a fotografar há que fazer o trabalho de casa e estudar a sua ecologia. Esta espécie pode ser facilmente encontrada, pois os seus habitats preferenciais são margens de rios, ribeiras, lagoas, charcas, entre outras zonas húmidas. Esta seleção deve-se ao facto de o guarda-rios se alimentar de animais aquáticos, como peixes, anfíbios, larvas de insetos, entre outros.

Guarda-rios (Alcedo atthis) fotografado numa albufeira.

Com todas as informações em mente, podemos ir para o terreno procurar um local com habitat propício e com os recursos alimentares adequados. Ou seja, um ponto perto de uma linha de água ou de uma albufeira são os ideais. Depois de definirmos o local é necessário realizarmos algumas observações, de forma a determinarmos quais os locais onde eles poisam e qual a melhor altura para os fotografarmos. A primeira coisa que irão constatar é que eles escolhem usualmente poisos mesmo sobre a água, de forma a observarem os movimentos dos peixes e terem uma boa base de lançamento para o seu ataque final. Ora, estes poisos tendem a ser inacessíveis ou a não proporcionarem a fotografia mais bonita. O truque é providenciar um poiso adequado, tanto para ele pescar facilmente, como para nós o fotografarmos facilmente.

Guarda-rios (Alcedo atthis) fotografado numa charca.

A escolha do poiso é um dos aspetos fundamentais, eu tenho o hábito de usar um tronco que apanhe caído no chão, como biólogo que sou, não gosto de andar a cortar troncos ou árvores. De preferência um tronco perto do local onde vou montar o abrigo, fácil de transportar e que retrate o local onde irei fotografar o guarda-rios. Mas se escolherem um local perto de casa, podem “roubar” um tronco a uma das árvores de fruto (dos avós) e utilizá-lo como poiso. Com o tronco colocado há que testar o material, verificar se as fotografias ficam como desejamos quando a ave poisar nos locais que montámos. Eu prefiro montar dois a três poisos, com fundos diferentes, e assim deixar a ave decidir. Pode ainda dar-se o caso de a ave utilizar os vários poisos numa mesma sessão fotográfica, e assim parece que fotografámos em locais e condições diferentes.

Guarda-rios (Alcedo atthis) fotografado numa charca.
A distância a que os poisos ficam da água ou da margem é irrelevante para eles, podemos colocá-los perto do abrigo ou mais longe. O que é vantajoso é possuírem alimento mesmo por baixo dos poisos, para serem mais fáceis de atrair. As fotografias foram obtidas utilizando um abrigo móvel, que coloco no próprio dia um pouco antes do sol nascer.
Guarda-rios (Alcedo atthis) fotografado numa charca.


Resumo:
Habitat – rios, ribeiras, lagos, lagoas, albufeiras, zonas húmidas;
Alimentação – peixes, anfíbios;
Equipamento – abrigo, poisos, tele-objectiva, galochas;

Época do Ano – todo o ano

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Desabafo de um fotógrafo de vida selvagem...

Fico desanimado quando regresso a um local que ajudei a construir e constato que este tem vindo a ser destruído sucessivamente. Muitos não chamam de destruição, mas sim de adaptar os poisos às suas necessidades ou às suas prioridades. O que mais me chateia é que para muitos esta atitude é completamente normal, e não se apercebem da enorme falta de respeito que tem para com os outros fotógrafos de vida selvagem e para quem construiu todo o espaço (com sangue, suor e lágrimas). E sim, é uma grande falta de respeito alterar poisos num local que não fomos nós a construir, mas o pior é que para além de os mudarem de local acabam também por os partir para conseguir (mas já lá chego).

Antes de continuar o desabafo, e para facilitar quem não conhece bem estas andanças, vou dar uma pequena explicação. Um comedouro/bebedouro com um abrigo e de acesso à maioria dos fotógrafos está desenhado para satisfazer todos os fotógrafos. Isto é, apresenta locais para conseguirmos fotografar todas as espécies que podem surgir. Os pequenos passeriformes devem ser fotografados nos ramos mais pequenos, pois as aves devem preencher mais da fotografia do que os restantes elementos naturais e depois porque é mais apelativo observar as suas pequenas patas a agarrarem os troncos pequenos, e não um tronco gigante. Eis um pequeno exemplo:



Depois existem os troncos grandes para fotografar as espécies maiores, como os pica-paus ou como a trepadeira-azul. Nestes troncos as aves mais pequenas também acabam por poisar, no entanto, cabe ao fotógrafo conseguir determinar quais os melhores spots para as fotografar e evitar fotografá-las nestes troncos grandes. Estes troncos tentam levar as aves a manter comportamentos naturais, como as trepadeiras à procura de alimento e a escondê-lo na casca. E por isso é preciso paciência para conseguir obter as melhores fotografias, em especial das aves grandes que nem sempre poisam onde as queremos. Eis um exemplo:


E ainda temos a questão do sol. O sol, ou a Terra, variam ao longo do ano mas também ao longo do dia. Teremos poisos com sol logo às nove da manhã mas que estão à sombra às onze, e outros que apenas ficam ao sol às onze. Se tivermos paciência apontamos apenas para a região onde o sol bate e tiramos boas fotos, e como existem muitos poisos conseguimos ir rodando com o sol e continuar a tirar boas fotografias ao longo do dia. Caso tenham apenas um poiso, terão apenas uma margem muito curta para conseguir boas fotografias. Este poiso encontrava-se à esquerda do abrigo e apenas era iluminado depois do sol passar pela traseira do abrigo.


Aqui está o grande dilema. Quando algum dito fotógrafo de vida selvagem, um autêntico expert na matéria, decide partir todos os tronquinhos pequeninos porque apenas lhe interessa fotografar uma espécie e acaba por estragar o trabalho de meses para os restantes fotógrafos. E quando chega outro expert e continua a fazer alterações ao seu gosto, e no dia seguinte chega outro, e depois outro, e assim sucessivamente. Quando regressamos ao local todas as alterações transformam este local de excelência para a fotografia, numa autêntica porcaria. Sim, dá para fotografar as aves grandes, as tais que tanto pretendem mas que depois nunca conseguem porque não tem paciência para ficar lá dias fechados. Mas as restantes aves, que para muitos dos experts são aves banais e que não tem interesse, acabam por deixar de ter poisos para fotografar, e os que as querem fotografar ou nunca fotografaram acabam por ter dificuldade em fazê-lo. Depois há ainda a questão da coloração dos poisos e do corte dos mesmos. A primeira questão é que os poisos devem ser escuros, se forem brancos acabam por ficam todos “queimados” com o sol (na fotografia), e muitos dos novos poisos que surgiram são precisamente brancos (e eu recuso-me a fotografar nestes poisos). E a última questão é que os poisos não devem apresentar cortes, quer seja com uma serra ou uma tesoura de poda, devem estar o mais natural possível. Evitando estarem partidos ou com outras características que não sejam apelativas para a fotografia. Eis um exemplo dos troncos que foram colocados no inicio do abrigo, durante a fase de testes e que foram depois substituídos quando melhores foram encontrados. 





Já fui criticado muitas vezes por estes experts por alegadamente não saber o que estou a fazer. No entanto, podem verificar a minha galeria de fotografias e constatam tudo o que acabei de dizer. Aves pequenas ficam melhores em troncos pequenos, e aves grandes em troncos grandes. Se virem as horas das fotografias também constatam que começava a fotografar com o nascer do sol e ficava até 4 horas depois, e que as aves aparecem em poisos diferentes, pois estes ficavam disponíveis consoante a direcção da luz. De lembrar ainda que estamos num parque natural e que não devemos cortar árvores e plantas vivas, todos os poisos demoraram meses a encontrar, pois apresentavam características únicas e nenhum deles foi cortado. A introdução de poisos de outros locais também é desaconselhável, pois pode tornar-se uma infestante. O problema é que se visitar o local neste momento vai-me chamar de maluco, mas devo de dizer que todos os tronquinhos pequeninos de que eu falo já desapareceram. Assim como alguns dos melhores poisos que foram colocados, e assim, não conseguem compreender perfeitamente do que falo. Apenas eu fico triste e desanimado.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Skye passeia pela Serra da Lousã

A Skye detesta andar de carro. Mas como tem donos que adoram passear não tem outra solução se não ir passear também. Nestas mini-férias fomos passear até à Serra da Lousã. Para além dos disparates habituais, teve direito a um pequeno vídeo.



A Skye a passear na Serra da Lousã

Skye na Praia

As idas à praia da Skye são sempre uma constante emoção. Desde correr atrás de uma simples bola, a escavar um buraco incessantemente até finalmente chegar à Austrália...mas também no medo da água, neste caso, das ondas.

Em vez de escrever sobre isso, deixo aqui dois pequenos vídeos que realizei na praia com a Skye. O primeiro foi o mais recente, foram três dias de praia intensos. O segundo foi durante as férias de verão.

Skye na Praia #1



Skye na Praia #2



Parte técnica dos vídeos.
Filmados com recurso a uma GoPro.
Editados com o GoPro Studio (#2) e com o Adobe Premiere (#1).