As aves pelágicas vivem a maior parte da sua vida nos oceanos e apenas se deslocam a terra durante a nidificação e devido às variadas ameaças a que elas se encontram sujeitas, é impensável tentar fotografá-las nos ninhos, para além de que só se deslocam às colónias durante a noite. Durante o dia elas vagueiam pelos oceanos à procura de alimento e para as fotografar implica umas viagens de barco.
Existem vários problemas associados a fotografar dentro do barco. O primeiro, e o mais óbvio de todos, é o enjoo. É muito fácil enjoar dentro do barco, ele balança para todos os lados e nós temos de contrabalançar ao mesmo tempo que espreitamos pela ótica da máquina só com um olho, tudo isto confunde o nosso cérebro que não percebe bem onde está. O segundo problema é o balanço do barco, quando damos por nós estamos a fotografar apenas água e de repente lá voltamos a ver o animal que estávamos a fotografar. O terceiro e último problema é a luz, quando estamos em pleno oceano os animais podem surgir de qualquer lado, temos uma fantástica visão de 360º, mas isso dificulta a realização de boas fotografias pois nem sempre os animais surgem de onde devem.
Existem vários tipos de embarcações, as melhores são precisamente as embarcações de pesca (conhecidas por traineiras) pois é possível ter mais estabilidade e os movimentos dentro da embarcação não estão tão limitados. Algumas saídas poderão ser realizadas em embarcações insufláveis que não oferecem tanta estabilização e há um maior risco de salpicos. A troca de objetivas em pleno oceano pode ser arriscado, pois a água do mar corrói os componentes elétricos e por isso é necessário assegurar-nos que levamos as objetivas certas e minimizamos as trocas das mesmas durante a viagem. Para quem gosta de fotografar e de desafios, sugiro que façam uma destas viagens. Para quem gosta de observar aves é uma viagem inesquecível (que vai depender também da altura do ano a que se realiza).
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