Os abelharucos (Merops apiaster) são das aves mais vistosas
em Portugal. A sua coloração é inconfundível e espetacular, em tons
amarelos-avermelhados e com um ventre azulado.
É uma ave especial e interessante que sempre fascinou os cientistas.
Os vários aspetos biológicos, ecológicos e de nidificação são pouco conhecidos
devido à sua pequena distribuição no Sul da Europa, principalmente devido à
localização dos ninhos em margens de rios e a dificuldade em observar os indivíduos.
São aves insectívoras e coloniais.
Por volta de Maio as aves chegam da migração e renovam ou
constroem novos ninhos. A localização dos ninhos deve oferecer alimento,
proteção dos predadores e proteção do clima. Os machos defendem os ramos perto
dos ninhos onde ocorre o acasalamento e oferenda de comida. Durante a incubação
os ovos nunca são deixados sozinhos, e ambos os progenitores se encarregam
desta tarefa durante o dia, e à noite apenas a femea permanece a incubar os
ovos.
Ambos os progenitores fornecem alimento às crias e por vezes
são ajudados por um parente, normalmente, um juvenil do ano anterior. A
alimentação é rica em insetos, principalmente Hymenoptera (abelhas), Odonatas
(libélulas) e Lepidoptera (borboletas), mas também podem consumir Dipteras (mosquitos).
Prefere regiões áridas e semi-áridas, selecionando paredes
arenosas. É uma das espécies com habilidade de modificar o habitat, isto porque
ela é capaz de cavar grandes cavidades, no chão ou em paredes, onde vai
nidificar, sendo um autentico engenheiro. Esta habilidade é importante porque
aumenta o potencial dos agentes de erosão, é um bioperturbador, isto porque
aumenta a biodiversidade ao providenciar recursos básicos (habitat) para outras
espécies. Existem espécies que podem aproveitar estas cavidades, como a
alvéola-branca (Motacilla alba), várias espécies de pardais (Passer sp),
estorninhos-pretos (Sturnus vulgaris), poupa (Upupa epops) e outras espécies
cavam e aumentam as cavidades como o mocho-galego (Athene noctua) e o rolieiro
(Coracias garrulus).
A altura mais critica no ciclo de vida de uma ave é a
migração, não so a ave tem de escolher a rota de migração para e dos locais de
invernada mas também quando descansar, onde e por quanto tempo.
São aves migradoras, coloniais, capturam insetos em pleno
voo e nidificam em cavidades no final de
profundos buracos, principalmente em arribas verticais ou extremamente
inclinados. Eles cavam o buraco a cada época de reprodução, embora por vezes
possam reutilizar ninhos antigos. Normalmente cavam 2 a 3 buracos iniciais de
60cm, até unirem esforços numa única cavidade que será o ninho. Estes buracos “iniciais”
podem estar em diferentes estádios de desenvolvimento, muitos possuem as mesmas
dimensões que as cavidades “ninho” e outros, não sendo tao grandes. Podem ser
compridos o suficiente para servir de ninhos potenciais ou habitat “roosting”
para outras espécies.
Excelentes imagens!
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