O sapo-de-unha-negra (Pelobates
cultripes) é um caso único na Península Ibérica. Este pequeno anfíbio possui
uma característica muito especial, uma “unha negra” nas patas traseiras. A
utilização desta unha é alvo de grande debate, por um lado pode ser uma ferramenta
de um ancestral já inutilizada ou uma ferramenta utilizada para escavar para
fugir a predadores. É uma espécie endémica da Península Ibérica abundante em
zonas de montado e em habitats de solos arenosos.
Reproduz-se em charcas, lagos, charcos temporários ou poças
da chuva de águas paradas e que mantenham um nível adequado de água durante
alguns meses. De forma a permitir a conclusão do ciclo aquático e a
correspondente metamorfose (transferência para terra). Estas massas de água
devem ser livres de grandes predadores, como peixes ou o lagostim-vermelho-do-Louisiana.
As primeiras chuvas de outono são o sinal ecológico para o início da
reprodução. Começa assim uma migração para as charcas adequadas. As geadas e a
neve que ocorre a Norte da Península Ibérica impossibilitam a reprodução,
adiando-a para o começo da primavera (Fevereiro a Maio) quando as temperaturas
aumentam e as chuvas continuam.
A principais ameaças são a contaminação e poluição das águas
por produtos agrícolas ou pelo excedo de gado nos terrenos, mas também são
ameaçados pela introdução de espécies exóticas (de peixes e do
lagostim-vermelho-do-Louisiana) e pelo atropelamento durante as pequenas
migrações até às melhores charcas ou entre charcas.
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