GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

sábado, 26 de junho de 2010

Fauna Ibérica entre as Exóticas


No ano da biodiversidade, os jardins zoológicos possuem um papel fundamental na conservação e preservação de determinadas espécies. O nosso jardim zoológico encontra-se mais vocacionado para protecção de espécies de mamíferos e aves (com um total de 271 espécies diferentes e cerca de 3000 exemplares) e tem vindo a modernizar e melhorar os habitats destas. Estes melhoramentos fazem-nos esquecer o antigo jardim zoológico cheio de jaulas e grades, onde os animais pareciam tristes e com pouco espaço, e proporcionam ao visitante um passeio mais agradável no centro de Lisboa onde pode observar os animais num meio mais natural, com mais espaço e mais felizes.
No entanto, para além destas espécies de aves e mamíferos, o zoo possui também 56 espécies de répteis e 5 de anfíbios e artrópodes, que se encontram principalmente no reptilário e onde os visitantes podem observar de forma segura, mas é possível encontrar outras espécies de répteis e anfíbios espalhados pelo jardim zoológico, nomeadamente, algumas espécies endémicas de Portugal e que merecem também uma atenção por parte do zoo e do visitante, embora elas passem completamente despercebidas no meio de tantos animais exóticos e novos. Na imagem de cima é possível observar duas Rãs Verdes (Rana perezi) num dos lagos artificiais que circundam os habitats dos pequenos primatas, elas encontraram um local perfeito para habitar e já observei cerca de uma dezena de rãs naqueles lagos, podendo ser ainda mais. É possível observá-las e ouvi-las a emitirem os seus sons característicos, visto elas manterem-se imóveis durante bastante tempo o que permite observá-las tranquilamente, e não fogem imediatamente ao avistarem as pessoas. Visto existirem visitantes e funcionários constantemente, elas encontram-se habituadas à presença humana e permitem aproximar até uma distância boa para fotografar.

Também é possível observar algumas espécies de lagartixas, como a da imagem, uma lagartixa-ibérica (Podarcis hispanica). Elas encontram-se um pouco por todo o lado, desde ao pé das casas como a passear pelos caminhos. A sua alimentação consiste em pequenos insectos e são por isso boas a controlar as pragas de insectos que por vezes podem ocorrer. Para as observar é necessário manter o silêncio e a aproximação deve ser feita com cuidado, aproveitando os momentos em que ela olha para outro lado para dar mais um passo (tal como os felinos fazem quando perseguem as suas presas). Quando a distância for perfeita para fotografar, é só rezar para que não apareça ninguém entretanto que possa estragar a fotografia. Por isso, quando forem ao jardim zoológico não procurem observar apenas os animais exóticos mas também aqueles que pertencem à nossa fauna e que nos cabe a nós proteger.

..Novas Crias..

Nas três últimas visitas que realizei ao Jardim Zoológico de Lisboa tive oportunidade de fotografar e observar o casal de Linces Euroasiáticos (Lynx lynx) que lá existem. Este Linces tiveram duas ninhadas nos dois primeiros anos da sua estadia no zoo, mas durante um ano não se reproduziram. Como tive oportunidade para observá-los nestes dois anos que tiveram crias, pude constatar que não ocorreram motivos ou mudanças para não continuarem a reproduzir-se, ou seja, algo se deve ter passado ou mudado para eles não se reproduzirem-se. Mas não existiam mudanças no habitat e as outras mudanças possíveis eram na alimentação, a qual era difícil eu ter conhecimento (não conseguir falar com os tratadores). Durante um ano quase não fotografei os linces e eles foram passando cada vez mais despercebidos, visto passarem os dias a dormir quase sempre num local difícil de fotografar e devido a isso, eu apenas passava para observar se existiam novos comportamentos (locais de dormir) ou novas crias. E qual foi o meu espanto quando no outro dia ao fazer uma passagem apenas para observar, verifiquei que existiam duas novas crias muito pequeninas.

O espaço entre as minhas visitas foi de apenas uma semana, e verifiquei que eles estavam mais agitados, e que inclusive não passavam o dia a dormir. Voltei então a fotografar os magníficos linces um ano depois, e quando pensava que eles iriam voltar a passar despercebidos eis que duas crias surgiram e como todos sabem, as brincadeiras são o seu jogo favorito, especialmente num local onde não existem predadores.

Irei continuar a colocar fotos e a escrever sobre a evolução destas crias, visto que são a terceira ninhada deste casal, e que normalmente apenas sobrevive uma das crias, não sei qual é o motivo, mas é o que tenho observado. Espero que este ano seja diferente, e que as duas criam atinjam a fase adulta e possam ser trocadas ou levadas para outros zoos para que o programa de conservação continue e possa continuar a proteger esta espécie de Linces (Lynx lynx).