GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Missão: Fotografia de Animais Pelágicos


Cagarra (Calonectris diomedea)
EXIF f/8  1/2000  ISO-500
150mm  6.5m

As aves pelágicas vivem a maior parte da sua vida nos oceanos e apenas se deslocam a terra durante a nidificação e devido às variadas ameaças a que elas se encontram sujeitas, é impensável tentar fotografá-las nos ninhos, para além de que só se deslocam às colónias durante a noite. Durante o dia elas vagueiam pelos oceanos à procura de alimento e para as fotografar implica umas viagens de barco.

Golfinho-comum (Delphinus delphis)
EXIF f/7.1  1/800  ISO-500
150mm  5.4m

Existem vários problemas associados a fotografar dentro do barco. O primeiro, e o mais óbvio de todos, é o enjoo. É muito fácil enjoar dentro do barco, ele balança para todos os lados e nós temos de contrabalançar ao mesmo tempo que espreitamos pela ótica da máquina só com um olho, tudo isto confunde o nosso cérebro que não percebe bem onde está. O segundo problema é o balanço do barco, quando damos por nós estamos a fotografar apenas água e de repente lá voltamos a ver o animal que estávamos a fotografar. O terceiro e último problema é a luz, quando estamos em pleno oceano os animais podem surgir de qualquer lado, temos uma fantástica visão de 360º, mas isso dificulta a realização de boas fotografias pois nem sempre os animais surgem de onde devem.

Cagarra (Calonectris diomedea)
EXIF f/8  1/1600  ISO-500
150mm  20.8m

Existem vários tipos de embarcações, as melhores são precisamente as embarcações de pesca (conhecidas por traineiras) pois é possível ter mais estabilidade e os movimentos dentro da embarcação não estão tão limitados. Algumas saídas poderão ser realizadas em embarcações insufláveis que não oferecem tanta estabilização e há um maior risco de salpicos. A troca de objetivas em pleno oceano pode ser arriscado, pois a água do mar corrói os componentes elétricos e por isso é necessário assegurar-nos que levamos as objetivas certas e minimizamos as trocas das mesmas durante a viagem. Para quem gosta de fotografar e de desafios, sugiro que façam uma destas viagens. Para quem gosta de observar aves é uma viagem inesquecível (que vai depender também da altura do ano a que se realiza).

domingo, 21 de outubro de 2012

Artigo: Guarda-rios


EXIF F/8  1/1250  ISO-500
340mm  2.6m

O guarda-rios ou martim-pescador, de nome científico Alcedo atthis, é uma belíssima ave por vezes denominada de clarão azul. Com rápidos batimentos de asas, ele sobrevoa a água de rios rapidamente, a sua coloração azul-esverdeada, na coroa, dorso e asas, e um maravilhoso azul-cobalto, no uropígio e cauda, dão a sensação de que um clarão azul passou por nós.


EXIF F/8 1/1000 ISO-500
340mm  3m

É o único guarda-rios europeu e habita quase toda a Europa, existindo 7 subespécies conhecidas. Possui apenas 16 centímetros de comprimento pesando umas meras 35 gramas. Em Portugal estima-se que existam entre 2.000 a 10.000 pares reprodutores, no entanto, esta espécie é observada a "guardar" quase todos os rios portugueses. É uma ave pequena e com inconfundíveis plumagens de cores vivas mas muito veloz e ativo.

EXIF F/8 1/1000 ISO-500
340mm 2.8m

 
Alimenta-se de pequenos peixes, de invertebrados aquáticos (como as ninfas de libélulas e ocasionalmente os adultos de libélulas), de anfíbios e de crustáceos, embora a maioria do seu alimento sejam pequenos peixes. Para os capturar, mergulha utilizando o seu longo e afiado bico, partindo de um poleiro sobranceiro à água, ou mais raramente, a partir do ar (pairando sobre a água). Consegue mergulhar atrás dos peixes, mas não ultrapassa os 25 centímetros de profundidade, devido à sua flutuabilidade natural e fortes batimentos das asas ele consegue emergir rapidamente da água. É fundamental que os pequenos peixes se desloquem à superfície da água para o guarda-rios os conseguir capturar. Depois de serem capturados, o guarda-rios leva as suas presas para o seu poiso e bate-as repetidamente contra um ramo, antes de as engolir. As partes não digeridas são regurgitadas em forma de esferas.

EXIF F/8 1/1000 ISO-500
500mm  4.9m

 
Cada casal reprodutor ocupa um território de 1 quilómetro ao longo das margens de um rio. Possuem rituais de acasalamento elaborados e que incluem espetaculares voos acrobáticos e a oferta mútua de peixes imediatamente antes da cópula. Os laços entre o casal mantêm-se ao longo da época de reprodução, e ambos os progenitores incubam os ovos e cuidam dos pintos durante 4 semanas, até estes estarem prontos a abandonarem o ninho.

EXIF F/8 1/1000 ISO-500
500mm 2.8m

 
Curiosidade: Nas latitudes mais elevadas, onde os rios congelam durante quase todo o Inverno, o guarda-rios é obrigado a migrar para regiões mais quentes, em Portugal ele é residente (não migra).

EXIF F/8 1/1250 ISO-500
340mm 2.8m


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Missão: Guarda-rios II


 
Há muito tempo que observo este guarda-rios, Alcedo athis, que pesca numa pequena charca, perto de Évora. O ano passado coloquei um tronco para servir de poiso de pesca, e consegui fotografá-lo com um peixe acabado de pescar. Mas há cerca de um mês as ovelhas que pastam naquele terreno deitaram o tronco abaixo, que acabou por se partir e por isso ficou muito mais pequeno. Era agora difícil fotografá-lo ou observá-lo. Este pescador possui cerca de 8 poisos diferentes que consigo observar desde o abrigo, mas nenhum deles é visível das margens. Para o ajudar na dificil tarefa de pescar, achei que deveria colocar mais uns troncos para ele utilizar. Depois de muito procurar, finalmente encontrei um tronco grande o suficiente para ele poisar, aliás grande demais. Para além desse coloquei mais 2 troncos adicionais, para ele poder escolher qual prefere.
No dia seguinte fui para o abrigo procurar algum animal mais raro que por vezes para nas redondezas. Mas sem sorte achei que era altura para voltar para casa, quando este pequenote apareceu para testar os novos poisos. Experimentou-os a todos, e foi saltitando no tronco grande. Saia e regressava uns minutos mais tarde. Espero que agora se habitue e começa a pescar desde alí para poder observá-lo e apreciá-lo.