GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Missão: Ganso-patola

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924
Fotografar aves pelágicas é um dos maiores desafios de um fotógrafo de vida selvagem. O maior risco é que a máquina apanhe com água salgada. A água salgada corrói os sistemas eletrónicos, comprometendo o normal funcionamento da máquina. Por isso, todos os cuidados são poucos quando se sai para fotografar aves pelágicas. Depois de todos os cuidados assegurados, é finalmente altura de aproveitar e fotografar aves que apenas se deslocam a terra para nidificar.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924
O ganso-patola (Morus bassanus) é uma das aves pelágicas mais extraordinária. A primeira extraordinária característica que apresenta é a enorme diferença entre os indivíduos adultos e os juvenis. Os adultos apresentam uma plumagem pura branca, no entanto, os juvenis possuem uma coloração escura com pintas brancas. Só ao 5º inverno é que os indivíduos atingem a plumagem de adulto, perdendo a coloração escura aos poucos. A outra extraordinária característica é que desde que levantam voo pela primeira vez e até voltarem a pisar terra podem passar mais de 4 anos. Isto significa que a ave fica 4 anos a deambular em alto mar, sobrevivendo às piores tempestades de inverno.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924
A procura de alimento é também uma tarefa difícil. A maioria das vezes servem-se dos companheiros mamíferos marinhos, estes reúnem cardumes de peixes à superfície, ficando à mercê dos ataques dos gansos-patolas. E aqui está a última extraordinária característica. A forma como mergulham na água para pescar. Esticando as asas para trás, ficando semelhantes a um míssil. Desta forma, conseguem atingir maior profundidade que as outras aves.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924

As saídas pelágicas foram realizadas com a Cape Cruiser, empresa especializada em Observação de Cetáceos e de Aves Marinhas, durante o Festival de Observação de Aves da SPEA em Sagres.
 empresa especializada em Observação de Golfinhos e Baleias, Observação de Aves Marinhas,

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Artigo: Cagarra


EXIF  f/8  1/2000  ISO-500
150mm  6.5m

A cagarra ou pardela-de-bico-amarelo, Calonectris diomedea, foi a ave do ano em 2011. É uma ave pelágica, isto significa que vive toda a sua vida a sobrevoar os oceanos, deslocando-se a terra apenas para nidificar.



EXIF  f/8  1/1600  ISO-500
150mm  20.8m

É uma das pardelas mais comuns na costa portuguesa, sendo possível observá-las a partir da costa, nomeadamente a partir de vários cabos, cabo Raso, Carvoeiro, Espichel ou São Vicente. É facilmente identificável devido ao seu bico amarelo e pela sua coloração, possuindo um enorme contraste entre o branco do ventre e o castanho do dorso. Podem viver até aos 50 anos, atingindo a maturidade sexual entre os 5 e os 8 anos, quando regressam a terra pela primeira vez para nidificar. As aves juvenis regressam ao mesmo local onde nasceram para procurar companheiro (a) e nidificar. Portugal possui a maioria da população reprodutora desta espécie que nidifica nos Arquipélagos da Madeira, dos Açores e da Berlenga, e urge por isso em protegê-la das várias ameaças a que se encontram sujeitas.

EXIF f/8 1/1000 ISO-500
500mm  17.5m

 
É a maior ave da família Procellariidae, com uma envergadura de asas que pode alcançar os 125 cm e um comprimento máximo de 56 cm, pesando cerca de 650 gramas. As fêmeas são mais pequenas que os machos, mas quando observados a sobrevoar os oceanos é difícil de distingui-los e inclusivamente difícil de determinar a idade das aves.


EXIF f/9  1/1250 ISO-500
247mm  12.8m


A sua alimentação consiste em peixes, cefalópodes e crustáceos. Quando o tempo está calmo possuem um voo desinteressante, mas quando o vento é forte planam velozmente na camada de ar à superfície da água, rasgando o vento e aproveitando as correntes de ar criadas pelas ondas a deslocar-se. É possível por vezes observá-los a tocarem com a ponta das asas na água durante as viragens.

EXIF f/8 1/1000 ISO-400
500mm  17.5m


A cagarra nidifica exclusivamente em ilhas, utilizando cavidades, grutas e buracos escavados por outras espécies. Por vezes, nidificam no solo entre a vegetação ou em abrigos artificiais. Os ninhos asseguram proteção contra o calor e os predadores, mas a introdução de novos predadores, como os gatos e as ratazanas, tem levado à diminuição do sucesso reprodutor das espécies habituadas a nidificar em ilhas. Vivem em colónias e sincronizam a postura para que as crias nascem ao mesmo tempo. Acasalam para toda a vida, no entanto colocam apenas um ovo por ano e se o perderem apenas se reproduzem no ano seguinte. A incubação demora sensivelmente 52 dias, as crias estão prontas a abandonar o ninho passados mais 90 dias. Pouco se sabe dos locais de invernada e os dados disponíveis sugerem que permaneça no Oceano Atlântico, podendo por vezes chegar ao Oceano Índico.

EXIF f/8 1/1250 ISO-400
267mm  12.8m


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Missão: Fotografia de Animais Pelágicos


Cagarra (Calonectris diomedea)
EXIF f/8  1/2000  ISO-500
150mm  6.5m

As aves pelágicas vivem a maior parte da sua vida nos oceanos e apenas se deslocam a terra durante a nidificação e devido às variadas ameaças a que elas se encontram sujeitas, é impensável tentar fotografá-las nos ninhos, para além de que só se deslocam às colónias durante a noite. Durante o dia elas vagueiam pelos oceanos à procura de alimento e para as fotografar implica umas viagens de barco.

Golfinho-comum (Delphinus delphis)
EXIF f/7.1  1/800  ISO-500
150mm  5.4m

Existem vários problemas associados a fotografar dentro do barco. O primeiro, e o mais óbvio de todos, é o enjoo. É muito fácil enjoar dentro do barco, ele balança para todos os lados e nós temos de contrabalançar ao mesmo tempo que espreitamos pela ótica da máquina só com um olho, tudo isto confunde o nosso cérebro que não percebe bem onde está. O segundo problema é o balanço do barco, quando damos por nós estamos a fotografar apenas água e de repente lá voltamos a ver o animal que estávamos a fotografar. O terceiro e último problema é a luz, quando estamos em pleno oceano os animais podem surgir de qualquer lado, temos uma fantástica visão de 360º, mas isso dificulta a realização de boas fotografias pois nem sempre os animais surgem de onde devem.

Cagarra (Calonectris diomedea)
EXIF f/8  1/1600  ISO-500
150mm  20.8m

Existem vários tipos de embarcações, as melhores são precisamente as embarcações de pesca (conhecidas por traineiras) pois é possível ter mais estabilidade e os movimentos dentro da embarcação não estão tão limitados. Algumas saídas poderão ser realizadas em embarcações insufláveis que não oferecem tanta estabilização e há um maior risco de salpicos. A troca de objetivas em pleno oceano pode ser arriscado, pois a água do mar corrói os componentes elétricos e por isso é necessário assegurar-nos que levamos as objetivas certas e minimizamos as trocas das mesmas durante a viagem. Para quem gosta de fotografar e de desafios, sugiro que façam uma destas viagens. Para quem gosta de observar aves é uma viagem inesquecível (que vai depender também da altura do ano a que se realiza).