GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lontras-europeias - Parte II

Desde miúdo que assisto a documentários da BBC e da National Geographic, e desde essa altura que sonho em realizar o meu próprio documentário. Mas por motivos monetários e relacionados com a minha jovem idade, sempre foi muito difícil poder concretizar este sonho. Achei que o melhor ponto de partida seria começar a registar a vida selvagem e por isso adquiri a minha primeira máquina fotográfica digital em 2006, trazia um conjunto de lentes que deixava a desejar mas foi com ela que aprendi os mais variados truques e aprendi a “trabalhar” com a máquina e deixar o automático completamente de lado. Mais recentemente adquiri uma máquina que para além da fotografia também permite filmar, este upgrade ajudou a melhorar a qualidade das minhas fotografias e permitiu-me evoluir pessoalmente e começar a procurar novos assuntos e novos ângulos. E também me permitiu estrear na realização de pequenas filmagens (e de treinar), algo que nunca tinha tido oportunidade de o fazer até então.
Outro grande sonho, de qualquer fotógrafo, é a observação de mamíferos. E um desses mamíferos é precisamente a lontra-europeia, Lutra lutra, a qual quase todos desenvolvem uma relação amor/ódio devido à difícil tarefa que é observá-las, quanto muito registá-las numa fotografia. Vamos para o campo e vemos dejectos e pegadas, mas nem sinal delas. Quando finalmente as avistamos só vemos uma cabecinha a mergulhar e a desaparecer por completo.
Mas eis que algo de extraordinário acontece, num belo final de dia quando estava em passeio me deparei com várias lontras ao longe a “lutar” ou a “brincar” entre elas, ficou uma dúvida no ar, seria este o território delas ou estavam apenas de passagem? Alguns dias depois, montei o abrigo perto de onde as tinha observado mas não encontrei as lontras, apenas dois guarda-rios que pararam mesmo à minha frente. As lontras, estariam apenas de passagem, virei a minha atenção para o guarda-rios e em fotografá-lo. Num outro final de tarde, montei o abrigo para fotografar o guarda-rios mas este teimou em aparecer quando a noite já se estava a instalar e não consegui nenhuma fotografia como desejava, decidi que na manha seguinte tentaria de novo e tentaria compreender que locais são os que ele gosta de parar para mais tarde fotografá-lo.
Mas ao invés de fotografar o guarda-rios voltei a encontrar as lontras, e pude ficar horas a observá-las e a estudá-las como biólogo. Verifiquei que uma delas era o macho, por apresentar um comportamento mais solitário ficando a sozinho e afastando-se das outras lontras. Raramente saia de dentro de água e possuía excelentes capacidades de caçador.
Enquanto a progenitora fica encarregue de educar e alimentar as duas crias, que são bastante brincalhonas e adoram sair da água e dar uns mergulhos. Elas apresentam já alguma autonomia e conseguem capturar alguns peixes, mas continuam bastante dependentes da sua progenitora. Observa-se muitas vezes que quando a progenitora mergulha as crias seguem-na para a observar a capturar o alimento, mas depois partem para mais brincadeiras e por vezes são repreendidas pela progenitora e voltam a prestar alguma atenção nas suas caçadas.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Cria de gibão-de-mãos-brancas

   O gibão-de-mãos-brancas, Hylobates lar, é um gibão proveniente da região do sul da China à Tailândia, ele habita preferencialmente florestas tropicais e raramente vem ao solo, deslocando-se no topo das árvores usando os seus longos e fortes braços. É um animal frugívoro, ou seja, mais de metade da sua alimentação são frutos, embora também se alimente de folhas, alguns insectos e de flores. São animais diurnos e encontram-se bastante ameaçados devido à sua caça para alimentação, à sua captura para serem animais de estimação (matam os pais e retiram as crias) e por último à destruição do habitat.
   Este pequenote nasceu recentemente e é o centro das atenções da sua progenitora. Embora por vezes tenha permissão para explorar e brincar o meio à sua volta, raramente sai de ao pé da sua mãe. Os outros familiares respeitam-no e vêem brincar com ele de tempos em tempos, deixando-o em paz quando a progenitora o exige. Nas primeiras semanas ainda mamava constantemente, embora já apresentasse vontade de se alimentar tal como a progenitora, pedindo para comer o mesmo que ela.
   A forma como a mãe transporta a cria é realmente incrível e não há confirmação de que seja assim que os gibões transportam as crias. Embora se compreenda os benefícios desta técnica, pois permite que os braços se encontrem mais livres para a sua rápida movimentação.
   Embora raramente venham ao chão no seu meio natural, num meio artificial por vezes sentem essa necessidade. Por vezes, enquanto se alimentam deixam cair a comida e acabam vir para o chão acabar de comê-la.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Lontras (Lutra lutra)

   A lontra-europeia, Lutra lutra, são animais silenciosos e difíceis de observar directamente no seu habitat natural, por isso, qualquer observação é sempre espectacular e rara. Fugindo um pouco ao que habitualmente escrevo, vou desta vez relatar o que observei e não descrever a espécie ao pormenor.
   Num final de tarde simples, sem grandes cores, sem grandes descobertas, apenas um pequeno passeio para desanuviar e descansar a cabeça dos trabalhos. Deparei-me a vaguear sem rumo, até chegar a um pequeno charco. Observei galeirões a fugir, galinhas-de-água aflitas com a minha presença, e a água a mexer-se, e a mexer-se, e a mexer-se. Não parecia nenhum animal a fugir, por isso, primeiras suspeitas era que seriam lontras. Olhei para a outra margem e lá estavam elas, um pouco longe para a objectiva, mas facilmente observáveis.
   Ao inicio pareciam-me apenas duas lontras. Mas depois de analisar melhor as imagens, é possível verificar que são 3 lontras diferentes. Foi a primeira observação naquele preciso local, e nunca antes foram observados dejectos delas na zona, o que levanta várias questões. É possível observar uma das lontras a afastar-se de outras duas que estarão à luta uma com a outra. Levantam-se várias questões, serão elas residentes a expulsar uma invasora? Ou será, esta “invasora” que está a expulsar um novo casal à procura de novo território? Se estão a expulsar, serão mesmo residentes? A última questão, será que são crias e estão apenas na brincadeira?
   Não pude ficar a observá-las, não possuía a adequada camuflagem e preferi afastar-me para não as afugentar do local. No futuro tentarei observá-las, e mais importante documentar a vida delas. Alguma ideia?

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Musaranho-de-Dentes-Brancos

   Ainda me questiono se devo ou não partilhar estas fotografias de um Musaranho-de-Dentes-Brancos (Crocidura russula). O animal foi fotografado já morto, embora estivesse vivo alguns minutos antes. Encontrava-se dentro do court de ténis em Sacavém, no centro da cidade. Era odiado e mal amado, "transportador de doenças" e "deviamos de matá-lo já!", isto foi o que ouvi, embora ninguém o tenha morto depois de convencidos de que ele não fazia mal nenhum...apenas tinha fome e queria banquetear-se com uns insectos. A história deste pequenote começou numa manha bem cedo, quando fui treinar ténis. Enquanto realizávamos um jogo de treino, avistei algo a mover-se perto da rede e não hesitei em ir ver o que era. Imaginem qual foi o meu espanto quando vi este pequeno musaranho à procura de comida junto à rede.


   Claro que não consegui terminar o treino, a principal preocupação era o bem-estar do animal. O court de ténis é um local perigoso para estes pequenotes, especialmente se se encontra alguém a jogar. Podem ser pisados ou levar uma bolada, mesmo que a bola venha simplesmente junto ao chão, eles são demasiado frágeis para aguentar com a pancada. Por isso, estavamos constantemente a verificar onde ele se encontrava para não o magoar-mos. O treino acabou e pude observá-lo sem nunca o agarrar (eles são pequenos mas mordem bem!!).

   O campo encontra-se dividido em placas, e na junção existe uma pequena falha que fica cheia de restos de folhas, entre outros, e a técnica dele era percorrer todas estas falhas na esperança de apanhar algum insecto desprevenido. Existem também alguns buracos nos muros que rodeiam o court onde ele conseguia entrar (e sair do court porque estes buracos escoam a água para o exterior do campo) e passado uns segundos voltava a aparecer em marcha-atrás. Andei largos minutos deitado no chão a observá-lo, pude constatar que a sua visão não parece ser muito boa mas que possuem uma excelente audição, bastava raspar as unhas no chão e ele vinha a correr ver o que se passava. O seu focinho pontiagudo também o ajuda a capturar os insectos.

   Durante alguns dias ele era o centro das atenções, até ao dia em que decidi ir fotografá-lo. Recebi o sms a confirmar que ele estava lá no campo e que ainda estava vivo 4 dias depois do primeiro encontro e fui a correr com a máquina para o fotografar. Cheguei ao campo e não o via, até que o encontrei morto numa das falhas. Possivelmente alguma bola atingi-o e ele não resistiu. O conflito com os seres humanos é sempre o maior problema para estes animais, muitas vezes confundidos com ratos. Por isso apenas o fotografei já morto, mas nunca irei esquecê-lo e os bons momentos que nos proporcionou.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Rabirruivo-Preto



   O Rabirruivo-Preto, Phoenicurus ochruros, é um passeriforme facilmente encontrado em jardins urbanos, enquanto no campo prefere encostas rochosas e áreas montanhosas.




   Não ultrapassa os 14 cm de comprimento e os 24 cm de envergadura, o macho possui a cabeça preta e a cauda vermelho alaranjado, tal como o nome comum indica. Preferem zonas rochosas, mas adaptaram-se a áreas habitadas pelo ser humano, encontrando nas nossas infra-estruturas locais de nidificação semelhantes aos que encontrariam na Natureza.




   Alimentam-se essencialmente de insectos, que recolhem do solo. Podem por vezes saltar sobre os insectos a partir do poleiro. Nos meses mais frios podem também comer algumas bagas e frutos. Empoleira-se com o corpo erecto, fazendo vibrar a cauda ruiva. Normalmente é tímido e nervoso, voando de árvore em árvore.





   É residente em quase todos os locais da sua distribuição, embora as populações do Norte invernem no Sul da Europa ou no Norte de África. Tem vários comportamentos característicos, oscilando a cauda quando se encontra pousado em telhados ou muros, possui um voo rápido e possante, conseguindo parar no ar junto a uma parede vertical de forma a capturar insectos ou larvas.




  Este indivíduo por pouco que não entrou pela janela adentro, é bastante territorial, tendo sido observado a atacar um outro rabirruivo macho que apareceu nas redondezas.

Bibliografia:
Mullarney, K., Svensson, L., Dan Zetterström, Grant, P. J. (2003) Guia de Aves – Guia de Campo das Aves de Portugal e Europa. Assírio & Alvim, Lisboa.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Cobra-de-Ferradura

A Cobra-de-Ferradura, Hemorrhois hippocrepis, é uma espécie de cobra da família das Colubridae, e encontra-se amplamente distribuída pela Península Ibérica, estendendo-se também no Norte de África e algumas ilhas italianas.


   É uma cobra robusta e os adultos podem atingir os 1.5 metros de comprimento, mas ocasionalmente chegam aos 1.8 metros. Possuem um olho grande e a pupila é arredonda e a íris de coloração acastanhada. A sua coloração é característica, e raramente é confundida com qualquer outra espécie. Possui várias manchas pretas espalhadas pelo corpo, dando a sensação de ser uma cobra escura, enquanto as zonas entre as manchas são castanhas claras, amareladas ou avermelhadas, ficando com um padrão axadrezado. Possui uma mancha escura em forma de ferradura ao nível das placas parietais na cabeça. O ventre apresenta tons avermelhados, alaranjados ou bege. Os juvenis possuem uma coloração idêntica aos adultos, embora mais clara.

 

   Pode ser encontrada em vários habitats diferentes, desde matos, zonas rochosas, praias arenosas, terrenos agrícolas, plantações, jardins rurais e por vezes em zonas urbanas. A sua principal ameaça é a perda de habitat. Encontra-se listada como pouco preocupante na lista vermelha dos vertebrados de Portugal. Possui hábitos diurnos e actividade crepuscular e nocturna nos meses mais quentes. Hiberna nas regiões mais frias da sua área de distribuição, mas permanece activa o ano inteiro nas zonas mais quentes. A reprodução ocorre na Primavera, e põem 4 a 11 ovos. 

Bibliografia
- Almeida, N.F., Almeida, P.F., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J. & Almeida, F.F. (2001) Guia FAPAS Anfíbios e Répteis de Portugal. FAPAS. Porto. 249pp

sábado, 19 de novembro de 2011

Panda-Vermelho-do-Nepal (Ailurus fulgens fulgens)

   É um dos meus animais favoritos, não só pela sua extrema beleza, como também por todo o mistério que lhe está associado. São originários da zona dos Himalaias onde existem menos de 10.000 indivíduos em liberdade. Existem apenas duas subespécies de Panda-Vermelho, sendo esta a subespécie originária do Nepal (Ailurus fulgens fulgens, Cuvier, 1825).



   São pouco maiores que um gato doméstico, alimentam-se principalmente de bambu embora podem por vezes alimentar-se de ovos, pequenos insectos, entre outros. São animais solitários e nocturnos, encontrando-se activos desde o anoitecer até ao amanhecer, passando o dia escondidos a dormitar.


   Foi classificado como Vulnerável pelo IUCN, mas a sua população continua a declinar devido à destruição e fragmentação do seu habitat, mesmo encontrando-se protegido por lei nos países da sua distribuição.

   O seu primeiro instinto ao acordar, ou seja, a primeira tarefa do dia é cuidar do pêlo, tal como um gato doméstico. Assim que terminam, começam a patrulhar o seu território, realizando marcações de urina e com uma secreção produzida na sua glândula anal.

   São excelentes trepadores e é normal observá-los a correr à procura de comida, quer pelo chão quer pelo topo das árvores. Utilizam as patas dianteiras para colocar a comida na boca (como se fosse um garfo) mas também para beberem água, isto é, colocam as patas dianteiras dentro de água e depois lambem as patas.


   É considerado um fossil vivo e não é um urso como o Panda-Gigante, sendo um parente muito afastado do mesmo. Mas tal como o Panda-Gigante, eles não conseguem processar a celulose e por isso tem de ingerir grandes quantidades de bambo. Vivem até aos 10 anos de idade, e apenas se encontram durante a reprodução.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pato-Colhereiro (Anas clypeata)

   O Pato-Colhereiro ou Pato-Trombeteiro (Anas clypeata) possui, em Portugal, uma população residente extremamente reduzida e Em Perigo, sendo inferior a 50 indivíduos maturos, no entanto, a população visitante abundante, cerca de 10.000 indivíduos, e é Pouco Preocupante. Na Europa é considerada uma espécie Em Declínio, apresentando um declínio recente moderado.

Pato-Colhereiro Macho
    Apresenta uma distribuição alargada no Hemisfério Norte, durante o Inverno encontra-se distribuída desde a Ásia até à América Central, em locais como a bacia mediterrânica. É possível encontrar indivíduos durante o ano todo em alguns pontos da Europa, embora seja uma espécie migradora.

Pato-Colhereiro Femêa

   No nosso território existe um pequeno núcleo populacional residente. No Inverno, com a chegada de indivíduos migradores, ocorre em zonas húmidas tanto no litoral como no interior do país, embora seja mais abundante na metade sul.

Pato-Colhereiro Macho

   Habita preferencialmente diferentes tipos de zonas húmidas de água doce com carácter permanente e normalmente bastante produtivas, evitando águas marinhas. Durante o inverno é habitual observá-la em estuários, mas também em lagoas costeiras, pauis, açudes e barragens.

Pato-Colhereiro Macho com Cágado (atrás)

   Os principais factores de ameaça são a perda de habitat, em resultado da drenagem e destruição de zonas húmidas, e a degradação da sua qualidade devido a poluição da agua por efluentes domésticos, industriais e agrícolas.
Bibliografia
. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, ICNB

domingo, 7 de agosto de 2011

Coruja do Mato

    A Coruja do Mato, Strix aluco, pertencente à família dos Strigidae que pode ser encontrada em toda a Euroásia e em África, sendo essencialmente nocturna.


    Mede entre 37 e 43 cm e possui uma envergadura de asas entre 81 e 96 cm. O seu dorso é castanho e malhado, enquanto que o peito apresenta uma coloração castanho amarelada com faixas verticais castanhas. Apresenta olhos grandes de coloração castanho escuros, e o disco facial é muito marcado com coloração mais clara.


   Possui vocalizações facilmente identificáveis, sendo fácil de ser escutada mas difícil de ser observada. Utiliza uma series de dois ou três piares (huu), pausa, e três piares seguidos (huu-huu-huu), parecendo um assobio grave. O seu voo é extremamente silencioso o que dificulta a sua observação.


   Pode ser encontrada em cidades, jardins, matas e florestas de folha caduca, alimentam-se de pequenos mamíferos e outras aves (pequenas) com a sua visão apurada, consegue ver uma presa a alguns metros de distância com pouca luz.


   Utiliza buracos de árvores ou edifícios para fazer os seus ninhos e põem entre 2 a 4 ovos. Elas defendem ferozmente os seus ninhos e chegam a atacar humanos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Falcao Peregrino (Falco peregrinus)

   O Falcão Peregrino, Falco peregrinus, é o animal mais rápido do nosso planeta, atingindo os 325 km/h quando realiza o seu especializado mergulho a pique enquanto caça. É uma ave de rapina encontrada em todos os continentes (excepto na Antárctida), sendo considerada como vulnerável em Portugal e pouco preocupante a nível global.

Adulto (esq) e Juvenil (drt) mais uma presa acabada de caçar.

   Possui um pescoço curto e uma cabeça arredondada, variam entre os 40 e 50 cm de comprimento na Península Ibérica, o macho pesa cerca de 600 g e as fêmeas chegam às 900 g. Possui uma envergadura de asas entre os 80 e os 115 cm, elas são longas e pontiagudas, embora a cauda seja curta.

Juvenil com restos da recente caça.

   A sua alimentação consiste quase exclusivamente de outras aves, que caça em voo. O choque que a presa leva ao ser atingida em pleno voo pelas garras do peregrino é tão forte que esta morre instantaneamente, sendo a sua velocidade de mergulho de 325 km/h. A sua presa favorita é o pombo das rochas (Columba livia), isto deve-se porque os pombos são uma refeição altamente energética e de perfeitas dimensões para a caça e transporte em voo, e porque também são bastante abundantes.

Poiso de descanso.

   Põem até 3 ovos num penhasco, geralmente arribas marítimas, ilhas rochosas e por vezes em precipícios de zonas montanhosas, que são incubados durante um mês. Por vezes o macho apenas visita o ninho para deixar comida para a fêmea, embora ambos os progenitores cuidem das crias.

Em pleno voo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Raposa Vermelha (Vulpes vulpes)

A Raposa Vermelha, Vulpes vulpes, é um dos mamíferos carnívoros com maior distribuição no mundo. Vivem cerca de 9 anos.



A sua coloração é geralmente castanho-avermelhado, embora nos juvenis a sua pelagem seja castanho-escuro e apenas aos 6 meses começam a ter a coloração dos adultos. Possui hábitos nocturnos e crepusculares. A sua alimentação consiste em animais pequenos, como coelhos, lebres, roedores, aves, insectos, peixes e pode também alimentar-se de ovos e frutos, comendo mais ou menos 500g todos os dias. 


O acasalamento decorre de Dezembro a Fevereiro e nascem entre 4 a 5 crias por ano, tanto a mãe como o pai cuidam dos filhotes. Possuem entre 90 a 138 cm de comprimento, os machos pesam entre 6 a 10 kg enquanto as fêmeas pesam entre 4 a 8 kg. As suas orelhas são pontiagudas e o focinho é fino, possuem uma cauda espessa e olhos pequenos.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sardao (Timon lepidus)

Sardão ou Lagarto Ocelado, Timon lepidus, é o maior lagarto da fauna portuguesa chegando a atingir os 30 cm de comprimento (sem cauda) e chega a viver até aos 25 anos em cativeiro. Quando ameaçado, abre a boca e por vezes salta em direcção ao inimigo.


Embora em Portugal não se encontre ameaçado, o Homem é o seu maior inimigo e a principal causa pelo declínio desta magnifica espécie, os atropelamentos são a principal causa de morte provocada por humanos, visto estes lagartos utilizarem as estradas para se aquecerem, por terem uma boa exposição solar.


Dois terços do comprimento correspondem à sua cauda, chegando por isso aos 90 cm. As crias possuem cerca de 5 cm (excluindo a cauda). Durante a Primavera os machos são territoriais, e a hibernação vai de Outubro até Abril.


Habitam preferencialmente zonas secas com arbustos, como velhos olivais e por vezes em locais rochosos e zonas com areia. É frequentemente encontrado a caminhar pelo solo, mas é um excelente trepador, tanto de rochas como de árvores. Esconde-se em arbustos, rochas, muros secos, antigas tocas de coelho e por vezes escava os próprios buracos.


Possuem patas finas mas extremamente fortes e com garras longas, os machos desta espécie apresentam uma cabeça robusta. O dorso possui uma coloração esverdeada, sendo o ventre em tons acinzentados. Os machos apresentam muitos pontos azuis nos flancos enquanto que as fêmeas apresentam poucos ou nenhuns.


Alimentam-se principalmente de insectos, mas por vezes assaltam ninhos de aves e podem inclusivamente atacar outros répteis, sapos e micro-mamíferos. Nas zonas mais secas também se alimenta de fruta e algumas plantas.