GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

sábado, 1 de junho de 2013

A Ave do Mês de Junho: Carriça

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629649051335/with/9115124357/
 
A ave do mês de Junho nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian foi a carriça (Troglodytes troglodytes). Rápidas e irrequietas, estes pequenotes tornam-se difíceis de observar. Sendo audíveis a grandes distâncias, para uma ave tão pequena como a carriça. Num dia primaveril é normal ouvir duas a três carriças nos jardins a discutirem umas com as outras.

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629649051335/with/9115124357/
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629649051335/with/9115124357/

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629649051335/with/9115124357/

sábado, 25 de maio de 2013

Artigo: Ouriço-cacheiro


EXIF  F/8  1/200  ISO-200
100mm  77cm  Flash

O ouriço-cacheiro (Erinaceous europaeus) é um dos mamíferos terrestres da região europeia mais peculiar, pois possui o corpo coberto de espinhos. Esta armadura, puramente defensiva, afugenta os predadores mais destemidos, conferindo-lhes uma excelente proteção. Estes pequenos mamíferos pertencem a uma das famílias mais velhas de mamíferos, possuindo ainda algumas características primitivas. Existem pelo menos 10 subespécies de ouriços-cacheiros atualmente conhecidas.


EXIF  F/8  1/125  ISO-200
100mm  44cm  Flash


Os ouriços-cacheiros possuem os órgãos olfativos mais desenvolvidos que os outros órgãos sensoriais, isto porque, o olfato é importante para localizarem as suas presas. Eles alimentam-se de insetos, maioritariamente, escaravelhos, lagartas de borboletas, milípedes, minhocas e gorgulhos. Devido à sua alimentação, os ouriços-cacheiros são aliados dos agricultores pois alimentam-se das pragas da maioria das colheitas, e não são uma praga ou peste como tem sido considerados ao longo dos tempos.

EXIF  F/8  1/500  ISO-200
100mm  77cm  Flash

 
Durante os meses de inverno algumas espécies de mamíferos baixam a sua temperatura corporal e o seu metabolismo, para reduzir o consumo de gorduras acumuladas. Para sobreviverem aos invernos rigorosos da região europeia é necessário acumular peso suficiente durante o outono.

EXIF  F/8  1/400  ISO-200
100mm  88cm  Flash


Os ouriços-cacheiros hibernam quando as temperaturas rondam os 9ºC a 2ºC e a temperatura corporal flutua com a temperatura do ambiente. O começo da hibernação não é certo, mas sim devido a uma diminuição da atividade, o que culmina com a hibernação quando a temperatura desce para níveis críticos. A extensa camada de gordura subcutânea que se forma durante o Outono é utilizada como isolamento durante a hibernação.

EXIF  F/8  1/640  ISO-200
100mm  63cm  Flash

 
Os ouriços-cacheiros possuem uma elevada taxa de mortalidade devido a fatores como o trafego automóvel, a predação (como o texugo, a raposa, o bufo-real, entre outros) e a mortalidade durante a hibernação.

EXIF  F/7.1  1/800  ISO-200
100mm  1.8m  Flash

 
A maturidade sexual é atingida aos 9 meses. A época de reprodução decorre de Abril a Setembro, variando entre 1 a 2 ninhadas por ano, consoante as temperaturas médias. A gestação dura 1 mês e nascem até 5 crias. É possível determinar a idade dos ouriços-cacheiros através de linhas de crescimento no maxilar, no entanto, esta técnica apenas pode ser utilizada em animais mortos.
 

EXIF  F/8  1/500  ISO-200
100mm  1.8m  Flash

Os ouriços-cacheiros encontram-se distribuídos por toda a Europa. Mas durante a última glaciação, a glaciação de Wurm, a espécie desapareceu do Norte da Europa que foi depois colonizada através da população sobreviventes mais a sul. Durante os 100.000 anos que durou a glaciação, os ouriços-cacheiros sobreviveram em apenas dois locais da Europa, na Península Ibérica, Sul de França e sul de Itália, e na região do Mar Cáspio e Mar Negro. Estes refúgios deram origem a duas espécies diferentes. Os que se refugiaram na região da Península Ibérica evoluíram para o atual ouriço-cacheiro europeu, Erinaceous europaeus.
 

EXIF  F/8  1/250  ISO-200
100mm  44cm  Flash

Como curiosidade, esta espécie foi introduzida na Nova Zelândia, sendo atualmente uma espécie exótica bem sucedida.

EXIF  F/9  1/250  ISO-200
100mm  51cm  Flash


domingo, 19 de maio de 2013

Ensaio Fotográfico: Ruby


Ruby
EXIF F/11   1/200 ISO-500
10mm   37cm

Os animais de estimação podem ser a nossa maior fonte de inspiração. Permitem-nos testar novos equipamentos e novas técnicas. Raramente se queixam e saem sempre bem nas fotografias. Criando uma recordação duplamente apreciável, uma memória para um futuro ainda distante e uma linha de aprendizagem especializada.

Ruby
EXIF F/10   1/160 ISO-200
10mm 31cm

 
Gosto de dar sempre os primeiros passos em casa, pois se cair, levanto-me e volto a tentar. Algo que no campo nem sempre é possível, pois determinados momentos são irrepetíveis, temos por isso de ter consciência do que estamos a fazer.

Ruby
EXIF F/13   1/125   ISO-500
10mm   23cm


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Missão: Abelharuco-comum II


Abelharuco-comum (Merops apiaster)
EXIF F/9 1/640 ISO-400
500mm   4.9m

Não é todos os dias que se tem tanta sorte!! Não estou a falar de ver ou ouvir os abelharucos (Merops apiaster), não, porque isso acontece todos os dias aqui no Alentejo. Estou sim a falar de os conseguir fotografar com uma luz espetacular, ou seja, com Sol, muito Sol. Hoje, quarta-feira dia 10 de Abril, não foi um desses dias. O céu estava extremamente nublado e mais aparentava um dia de chuva, onde o Sol nunca conseguiria espreitar para dar a sua beleza nas paisagens ainda encharcadas das últimas semanas de chuva. Mas por entre os dilúvios que caem por aqui e por ali de meia em meia hora, consegui ter uma benesse que durou pouco mais de 5 minutos. Pouco tempo para conseguir uma boa fotografia, para conseguir equilibrar tudo de forma a sair a fotografia perfeita, mas quando tudo corre na perfeição, a sorte parece ser apenas um acaso.



Abelharuco-comum (Merops apiaster)
EXIF F/9 1/1000 ISO-400
 289mm   4.9m

Tudo começou quando saí de casa para ir "trabalhar", como faço quase todos os dias, saí com um relativo atraso. E deparei-me com um mirabolante espetáculo de cores e voos acrobáticos de um grupo de cerca de dez abelharucos a alimentarem-se de insetos perto do chão, pois a chuva impede-os de voarem mais alto ou mais longe. Sem perder tempo, regressei a casa para ir buscar a máquina fotográfica. O dia não era perfeito, mas o simples fato de estarem ali despertou a minha vontade de os fotografar. Sem perder muito tempo coloquei o carro perto de uma das árvores onde eles gostam de poisar e esperei. Nada de abelharucos, estavam entretidos a alimentarem-se e a utilizarem os postes do sistema de rega como poiso de caça. Mas heis que um deles faz um voo rasante ao capô do carro e para na árvore mesmo ao meu lado. Apontei a máquina, foquei e no momento em que ia a dar o primeiro disparo o Sol apareceu e iluminou o abelharuco. Num espetáculo sem precedentes, tive oportunidade de os fotografar durante 5 minutos de Sol e chuva.

Abelharuco-comum (Merops apiaster)
EXIF F/9 1/800 ISO-400
 313mm   3.8m


segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Ave do Mês de Abril: Chapim-azul

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701620573/with/9560693275/
 
A ave do mês de Abril nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian foi o chapim-azul (Cyanistes caeruleus). O pequeno azul. Habitual visitante das árvores mais altas do jardim Gulbenkian. Procura de folha em folha por pequenos invertebrados, principalmente lagartas, como a lagarta-do-pinheiro. É por isso uma espécie útil no controlo de pragas florestais.

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701620573/with/9560693275/

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701620573/with/9560693275/

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701620573/with/9560693275/
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701620573/with/9560693275/
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701620573/with/9560693275/

sexta-feira, 1 de março de 2013

A Ave do Mês de Março: Melro-preto

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701277479/with/9563476432/

A ave do mês de Março nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian foi o melro-preto (Turdus merula). Este passeriforme procura minhocas e outros invertebrados revirando a folhagem morta por entre a vegetação e também nos relvados dos jardins Gulbenkian. Por vezes ocorrem lutas pelos melhores locais de alimentação. Ou pelos melhores locais para beberem água. Por sobreviverem em plena cidade, estão acostumados às pessoas. Levando a sua vida tranquilamente ao lado de toalhas de praia ou de piquenique.


http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701277479/with/9563476432/

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701277479/with/9563476432/

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701277479/with/9563476432/
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626701277479/with/9563476432/
Juvenil de 2014.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Artigo: Abutre-preto



EXIF F/6.3 1/320 ISO-1600
500mm   25.7m

O abutre-preto (Aegypius monachus) é uma espécie mundialmente quase ameaçada (NT), no entanto, em Portugal o seu estatuto de conservação é criticamente em perigo (CR). Atualmente decorre um projeto LIFE Habitat Lince-Abutre que visa protegê-lo e ao seu habitat.


EXIF F/6.3 1/200 ISO-1000
500mm   25.7m

Este abutre do velho mundo é a maior ave de rapina da Península Ibérica, e uma das maiores da Europa. Nidifica na região mediterrânica, principalmente na Península Ibérica, Sul de França e outras regiões mais a sul (como a Grécia). A sua população reprodutora Europeia encontra-se estimada entre os 1450 e os 1477 casais, no entanto mais de 90% dos pares reprodutores, cerca de 1340, localizam-se na vizinha Espanha.

EXIF   F/6.3   1/200   ISO-1000
500mm   32.8m

Prefere habitar regiões rochosas e com grandes declives, usualmente florestadas com pinheiros ou carvalhos, e onde as correntes de ar ascendentes criadas pelos ingremes montes facilitam a descolagem. Os montados são os locais de eleição para a alimentação, este complexo sistema agro-pastoril, onde o número medio de árvores por hectare é de apenas 50 e o principal uso do solo é o pastoreio de gado, revelou-se um excelente habitat para os abutres-pretos procuraram carcaças de animais (mortos).


EXIF F/6.3 1/400 ISO-1600
500mm 32.8m

A dieta deste magnífico e imponente necrófago consiste em carcaças de animais de pequeno e médio porte. O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) é o elemento chave da sua alimentação e as recentes diminuições das populações de coelho-bravo levaram à diminuição dos recursos alimentares. O aumento das áreas de criação de gado e o aumento das regiões e herdades destinadas à caça grossa (montarias), contribuem para a diminuição das fontes de alimento para esta espécie, que ao contrário do mais abundante grifo, prefere pedaços mais pequenos para se alimentar. As alterações nas políticas agrícolas comuns (CAP) e nas regras de segurança alimentar também originaram uma diminuição dos recursos alimentares, pois o gado que morre por causas naturais é recolhido pelos proprietários.

EXIF   F/9   1/1000s   ISO-320
500mm   63.3m

Este necrófago consegue procurar alimento por grandes superfícies e chega a percorrer enormes distâncias, devido à sua grande envergadura (asas grandes) e tamanho, possui uma grande facilidade em aproveitar as correntes de ar naturais. Os seus requerimentos energéticos e a imprevisibilidade espácio-temporal dos seus recursos naturais obriga-o a percorrer enormes distâncias para encontrar alimento. O tempo percorrido à procura de alimento depende da quantidade de luz disponível e das condições climáticas. Na primavera eles dispõem de mais tempo de voo (cerca de 11 horas), no entanto, no inverno esse tempo é drasticamente reduzido (apenas 7 horas), obrigando-os a levantar voo mais cedo e perto do crepúsculo, para maximizar o seu voo. Os dias chuvosos impedem o seu voo na maioria dos dias de inverno.


EXIF F/6.3 1/160 ISO-1000
500mm 32.8m

A criação de comedouros, autênticos restaurantes para aves necrófagas (tal como o grifo e o abutre-preto) podem ser uma solução, no entanto, a solução perfeita será conservar o seu habitat de alimentação, o montado. No entanto, o montado tem vindo a desaparecer. Este habitat semelhante a uma savana tem vindo a ser sucessivamente substituído por monoculturas, tem sido abandonado, sofrido sobre pastoreio e nalguns casos foi convertido em culturas irrigadas. Os seus locais de nidificação estão usualmente localizados perto dos montados.

EXIF F/6.3 1/200 ISO-1000
500mm 32.8m

O abutre-preto nidifica em árvores de grande diâmetro, baixas e com poucas árvores em redor, em zonas do terreno ingremes e a grandes distancias das estradas de acesso. Os ovos são colocados entre Fevereiro e Março, e a (s) cria (s) permanece (m) no ninho durante mais de 110 dias. Mas a impredictabilidade na obtenção de alimentos envolve grandes investimentos parentais. No entanto, os indivíduos em nidificação encontram-se obrigados a regressar todos os dias aos seus ninhos (ou colonia) e possuem um comportamento de forrageadores mais centralizado.


EXIF F/6.3 1/200 ISO-1000
500mm 32.8m

 A sua escolha do local de alimentação é um conjunto de fatores entre os habitats disponíveis e a distância aos mesmos. Para o conservar há que preservar árvores velhas e antigas. Há que manter as zonas de nidificação como um santuário de abutres e sob proteção especial, e manter outros locais de possível nidificação mas ainda não utilizados, com poucos distúrbios e sem o corte de árvores, tal como avaliar possíveis alterações no habitat e o seu impacte no abutre-preto.


EXIF F/6.3 1/160 ISO-1000
500mm 32.8m

 Os motivos do seu desaparecimento encontram-se associados à perda do habitat, à diminuição dos recursos alimentares disponíveis devido a alterações nas práticas agrícolas e pastoris. A última e principal causa de mortalidade e desaparecimento do abutre-preto é o envenenamento.

EXIF F/6.3 1/200 ISO-1000
500mm 32.8m


sábado, 5 de janeiro de 2013

Missão: Abutre-preto


EXIF F/9 1/500 ISO-320
500mm 63.3m

O abutre-preto, Aegypius monachus, é uma das maiores aves de rapina da Europa, no entanto, é também uma das espécies mais ameaçada. A sua pouca tolerância para a presença humana, faz desta espécie uma das mais difíceis de fotografar. Era uma espécie que há muito gostaria de fotografar, mas que normalmente apenas a vejo a voar à distância. Foi com enorme satisfação que finalmente consegui fotografá-lo, no entanto, e como biólogo anseio sempre pelo nosso próximo encontro.
Para mais informações sobre o ABUTRE-PRETO ler o artigo que escrevi sobre esta espécie.
 

EXIF F/6.3   1/200   ISO-1000
500mm   32.8m


sábado, 17 de novembro de 2012

Artigo: Mocho-galego


EXIF  F/8  1/160  ISO-400
500mm  10m

O mocho-galego (Athene noctua) é uma pequena ave de rapina da família Strigiformes. Habita planícies e colinas não habitadas pelo ser humano, mas também áreas agro-pastoris, prados e até pequenos estabelecimentos rurais (de pequena dimensão, como herdades na zona do Alentejo). Esta espécie cosmopolita encontra-se distribuída por toda a Eurásia, no norte e este de África, na Arábia, no sul do Irão, no norte da China, entre outros.

EXIF  F/11  1/400  ISO-320
500mm  25.7m

Os mochos-galegos encontram-se ativos tanto durante o dia como durante a noite, no entanto, eles caçam sobretudo no crepúsculo e durante a noite. No verão também se alimenta durante o dia, especialmente em zonas abertas. São aves de rapina generalistas, não existindo nenhuma presa especifica em que se tenham especializado. Durante a época de reprodução, o mocho-galego alimenta-se maioritariamente de invertebrados (escaravelhos e gafanhotos), sendo o resto da sua dieta constituída por mamíferos (roedores), répteis e algumas aves (de pequeno porte). No entanto, são os mamíferos que lhes fornecem a maior quantidade de biomassa, e os invertebrados os que são consumidos em maior quantidade (cerca de 8/10) representam uma pequeníssima porção da biomassa consumida (1/10).
 

EXIF  F/8  1/250  ISO-500
500mm  7.9m Flash

O mocho-galego é uma espécie territorial, expulsando os competidores através da combinação de chamamentos, ameaças e ataques. Ao controlarem um território beneficiam do acesso exclusivo a recursos como a alimentação, parceiros e locais de nidificação. Para manter estes territórios existem variados custos individuais, como a perda de tempo, custos energéticos necessários para sinalizar, patrulhar o território e perseguir outros competidores. Mas também há um aumento dos riscos de predação e de morte, por vezes a ave pode ficar com ferimentos quando o combate é desenlace de encontros com outros competidores.
 

EXIF  F/8  1/1000 ISO-500
500mm  25.7m

Existem vários fatores de mortalidades não naturais, a principal e mais estudada, é a mortalidade por atropelamento (trafego automóvel), no entanto, a caça também constitui um importante fator de mortalidade. A captura ou remoção de crias dos ninhos é também uma prática ilegal (e em expansão). Tanto para a caça, como para a captura, os valores podem estar subestimados, isto porque é mais simples descobrir indivíduos mortos nas estradas do que descobrir estas práticas ilegais.
 

EXIF  F/8  1/250  ISO-400
500mm  10m  Flash

Uma outra causa de mortalidade é a contaminação com substâncias toxicas. Existem vários casos de mochos-galegos com elevadas concentrações de metais pesados, sugerindo a possibilidade de exposição cronica. Os metais pesados mais comuns são o chumbo, o crómio e o cadmio. Estes metais pesados de uso industrial e baixa reatividade química são responsáveis pela maioria das contaminações ambientais e são também responsáveis por fenómenos de bioampliação porque podem ser facilmente transmitidos pelo ar, agua ou alimentos, e facilmente sobem na cadeia alimentar. Nos predadores não migradores é facilmente observado o processo de bioampliação pois possuem elevados valores dos contaminantes (metais pesados).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Missão: Golfinho-comum


EXIF  f/8  1/2000  ISO-500
403mm  25.7

 
Realizar uma saida de barco para observar e fotografar aves, mas surgirem golfinhos não é novidade. Os animais adoram pregar-nos destas partidas, isto sem contar, que o equipamento para fotografar aves é completamente diferente do utilizado para fotografar cetáceos. Uma ave poisada à superfície da água e relativamente perto do barco ocupa apenas uns 40 centímetros, já um golfinho a nadar juntamente com o barco ocupa entre 2 a 4 metros, usando o equipamento para fotografar aves e apenas fotografo o olho do golfinho, isto se o conseguir encontrar. Por isso, imaginem a frustação de estar equipado para fotografar aves e surgirem golfinhos ou baleias.

EXIF  f/8  1/1000  ISO-500
150mm  11.3m

O maior problema que os cetaceos trazem aos fotografos é a sua vontade de dar "show". Enquanto se deslocam para alimentar raramente dão saltos fora de água, colocam apenas o espiráculo para respirar e pronto. A maioria das fotografias que se obtêm é apenas uma cabeça enorme e uma barbatana dorsal, o olho fica normalmente debaixo de água ou com uma camada enorme de água. As melhores fotografias são tiradas quando eles andam na brincadeira e dão saltos constantemente, mas para isso são precisas muitas horas no "mar" ou muita sorte (como eu não tenho nem uma nem outra). O golfinho-comum, Delphinus delphis, é uma das espécies de cetáceos que prefere não colocar o olho de fora.

EXIF  f/8  1/1250  ISO-500
135mm  7.7m