GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

terça-feira, 19 de abril de 2011

WPW - Wildlife Photo Workshop


Coruja-ladradora, Ninox novaeseelandiae
No passado sábado, 16 de Abril de 2011, decorreu um workshop inovador desenvolvido pela Canon Portugal e pela Colorfoto no Badoca Safari Park e que trouxe a Portugal Jonathan e Angela Scott. Os embaixadores da Canon mais conhecidos pelo excelente trabalho que tem desenvolvido no Masai Mara, podemos "vê-los" nos documentários da BBC "Big Cat Diary" e também pelas maravilhosas fotografias que partilha com o mundo através de várias revistas especializadas. (Mais fotografias em WPW)

Abelharuco-Comum, Merops apiaster
Eram 7h da manhã e a porta do centro comercial vasco da gama era o ponto de encontro, o céu estava vermelho com o nascer do Sol, prevendo desde cedo um excelente dia para fotografar. Por volta das 9h30 já haviamos chegado ao Badoca Safari Park, 140 participantes encontravam-se concentrados na esplanada do restaurante, a admirar a paisagem e começavam os primeiros avistamentos. Para quem nunca lá foi, o restaurante possui uma vista priveligiada sobre uma pequena lagoa e é possível observar as zebras, gnus ou avestruzes que costumam por lá vaguear. Mas para mim o primeiro avistamento "oficial" foi de uma pequena colónia de Abelharucos que têm construido ninho nas redondezas (mais precisamente nas encostas da pequena lagoa). Apenas consegui esta foto, aproximei-me com cuidado com a minha 300mm (--') e tirei duas ou três fotos, ainda consegui observá-lo com uma abelha no bico, mas mais tarde apareceram mais dois fotografos mais bem equipados fotográficamente mas mal equipados mentalmente pois aproximaram-se na maior, de peito erguido quando eu quase fui a rastejar até uma árvore e permaneci sempre atrás dela, apenas mostrando a máquina. Com isto tudo eles fujiram para umas árvores mais longes e nunca mais se aproximaram. (Mais fotografias em WPW)

Gorgulho
A primeira actividade do dia seria uma palestra dada por Jonathan e Angela Scott, mas antes disso foi servido o pequeno almoço, o qual dispensei rapidamente para aproveitar a luz e tirar umas quantas macros nos arbustos das redondezas. A palestra foi magnifica, onde ficamos a conhecer um pouco melhor a familia Scott e tudo o que tem vindo a desenvolver nos últimos 14 anos, mas que não vou entrar em pormenores (deviam ter ido, mas eles são muito simpáticos e encontram muita informação no site deles). Depois disso foi o almoço e servir 140 pessoas leva algum tempo, logo voltei para as macros. (Mais fotografias em WPW)

Depois do almoço iam finalmente começar as sessões fotográficas, a primeira da equipa gorila era a ilha dos primatas, da qual não tenho nenhuma fotografia devido aos inumeros fios e estruturas demasiado humanas. De seguida, fomos para o show das aves ao ar livre. Aí tivemos inclusivé oportunidade de observar o "mestre" em acção, Jonathan Scott aproveitou também ele para tirar umas fotografias às maravilhosas aves de rapina que foram apresentadas. Vimos desde águias, corujas e mochos e podemos observá-los em ação, se nunca foi ao Badoca Safari Park recomendo-o a ir para observar tamanha beleza. (Mais fotografias em WPW)
Águia de Harris (Parabuteo unicinctus)
Urubu de Cabeça Vermelha, Cathartes aura
Por volta das 17h30 começamos a entrar para o comboio do Safari e lá fomos nós à aventura. Desde avestruzes, búfalos, cabras de leque, cobos, elandes, gamos, girafas, gnus, impalas, nandus, órixes, palancas negra, pecaris, tigres, veados e zebras, todos eles podem ser observados a vaguear livremente dentro do espaço do safari, parecendo realmente um safari. Aqui ficam algumas fotografias: (Mais fotografias em WPW)

Avestruz, Struthio camelus

"Mommy is very angry!" - Avestruzes, Struthio camelus


Cobo de Leche, Kobus leche leche
Depois do safari as equipas voltaram à base, o restaurante, para imprimir algumas fotografias e uma palestra, desta vez Jonathan Scott ia comentar algumas fotografias tiradas pelos participantes (e impressas no momento). No fim, ainda houve tempo para ir pedir um autógrafo ao Jonathan, com a fotografia que tinha acabado de imprimir, e ouvir o que ele tinha para dizer: "Uau!! Magnific photo, love the eye and background out of focus."
E assim terminou um grande workshop, venham mais como este. Muito obrigado à Canon e à Colorfoto pela excelente organização e muito obrigado a Jonathan e Angela Scott pela partilha e os ensinamentos, talvez um dia nos voltaremos a encontrar (mas de outra forma). (Mais fotografias em WPW)

Lagartixa-do-Mato - foto que está autografa

quarta-feira, 30 de março de 2011

Insectos Polinizadores - As Abelhas

Abelha a alimentar-se num lado da flôr e aranha à espera de uma presa (do seu tamanho) do outro lado. O perigo espreita a cada esquina.

Abelha a preparar-se para levantar vôo.


Os insectos polinizadores são responsáveis pelos maravilhosos campos coloridos de flores que podemos apreciar durante a Primavera, e pelas flores dos nossos quintais e cidade. A sua principal função é transportar o pólen de flôr em flôr, e para isso necessitam de um incentivo que provêm das próprias flores, normalmente em forma de néctar.

Existem vários tipos de insectos polinizadores, desde borboletas, abelhas, moscas, etc. E cada um transporta o pólen à sua maneira, neste caso devido a certas caracteristicas fisiológicas que possuem. As flores evoluiram com os insectos e estes evoluiram com as flores, criando uma estreita ligação entre ambos. Nalguns países existem flores que apenas são polinizadas por uma única espécie de insecto (como algumas traças da familia da esfinge-beija-flôr, Macroglossum stellatarum, a qual fotografei recentemente e irei postar aqui).
Pode-se observar os grãos de pólen agarrados às patas e antenas.


As abelhas podem transportar o pólen quase pelo corpo todo, sendo possivel observá-lo nas suas patas, antenas, asas, dorso e ventre. O néctar é levado para as colmeias e depois transformado em mel pelas enzimas digestivas das mesmas e armazenado em favos.

Na China o desaparecimento das abelhas originou uma polinização manual por parte dos agricultores, causando elevados prezuidos financeiros e aumento do preço dos alimentos. Este método, mais moroso, é realizado por várias pessoas durante a Primavera e consiste em recolher o pólen com um pincel e depois usá-lo noutras flores para as polinizar, como se pode imaginar exige muita mão de obra e muitas horas de trabalho.


A abelha mais usada pelos apicultores europeus é a Apis mellifera, e podemos facilmente encontrá-la nos nossos quintais ou jardins.

segunda-feira, 7 de março de 2011

"The world isn't poor, the wealth is only badly distributed."


"The world isn't poor, the wealth is only badly distributed." by Diogo Oliveira

sábado, 20 de novembro de 2010

A Magnifica Borboleta Almirante Vermelho

Almirante Vermelho
Red Admiral
Vanessa atalanta

É uma espécie com uma grande distribuição, pode ser observada na Europa, no Norte de África, na Ásia e na América do Norte. Pertence à família Nymphalidae, e em Portugal é uma espécie frequente por todo o país. Os indivíduos adultos preferem zonas abertas com flores, como charcos, bosques, prados, jardins e florestas pouco densas. Nos meses mais frios os individuos desta espécie migram para paragens com um ambiente mais favorável à sua sobrevivência, chegando a percorrer cerca de 3000 km.


É facilmente identificável pela sua coloração. Possui uma coloração marron, vermelho e preto nas asas, mais especificamente, as asas pretas possuem bandas de coloração alaranjada que atravessam as asas dianteiras e ocorrem na borda externa das asas traseiras. Possui manchas brancas na parte dorsal das asas dianteiras, e marcas avermelhadas em todas as asas. Esta coloração oferece-lhe camuflagem contra os seus predadores naturais, as aves, isto é, quando pousa em locais abertos ou zonas rochosas, ela fecha as asas e fica quase invisível devido à coloração variada na face inferior, em zonas com flores ela mantém as asas abertas de forma a confundir-se com a paisagem colorida. As lagartas possuem uma coloração entre o amarelo e o preto e espinhos ramificados que lhes fornecem protecção.

As fêmeas depositam os ovos em folhas de urtigas e passado uma semana eclode uma lagarta, estas criam um abrigo usando as folhas e onde permanecem e se alimentam, originando mais tarde a pupa. Os adultos emergem da pupa entre 2 a 3 semanas depois.

A lagarta alimenta-se principalmente de urtigas (Urtica spp.) e parietárias (Parietaria spp.), sendo bastante vorazes. Os adultos alimentam-se do néctar de flores, frutos maduros (já em fermentação) e seiva das árvores.

Os machos são bastante territoriais, patrulhando-os constantemente na esperança de encontrarem uma fêmea, se algum macho invadir o seu território é pronta e energeticamente repelido com recurso a diversos voos acrobáticos.

Este exemplar foi fotografado nas Berlengas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Toirão, o belo Carnívoro

Toirão
European Polecat
Mustela putorius

É um pequeno carnívoro de hábitos discretos e distribuído por todo o continente, embora a sua situação populacional seja pouco conhecida.

Possui um corpo alongado e cilíndrico. A cabeça é pequena e achatada, possui orelhas pequenas e arredondadas, e as patas são curtas. É facilmente identificável devido à sua pelagem lisa, que é densa e sedosa, o dorso é castanho escuro, os flancos são claros, o ventre é negro e a cauda tem uma coloração escura, sendo tufada. Possui uma mancha branca ao redor da boca e queixo e também ao redor dos olhos e orelhas.

Existe por toda a Europa com excepção da Península Balcânica, nas ilhas mediterrânicas, Irlanda e Islândia. Ocorre por todo o território continental e a sua presença encontra-se descrita em quase todas as áreas protegidas, embora a população seja pouco abundante e a sua tendência populacional ser desconhecida. Existe falta de informação sobre a espécie e como tal possui o estatuto de insuficientemente conhecida. Prefere zonas húmidas, habitando áreas com a interface terra e agua, embora possa ocorrer em qualquer habitat que possua as suas presas. Escava o seu próprio abrigo, embora possa usar antigas tocas de coelho, raposa ou texugo, e também se pode refugiar em fendas entre rochas. As tocas têm pelo menos uma câmara de dormida e outra de armazenamento de alimento.

A sua dieta é carnívora, sendo um predador generalista, alimenta-se principalmente de roedores e lagomorfos (coelhos e lebres), mas também de pequenas aves, anfíbios e peixes. Quando captura mais presas do que as que necessita cria reservas de alimento. O cio e o acasalamento ocorre entre Março e Abril, os machos são poligâmicos e cobrem as fêmeas que os aceitem. Nascem entre 3 a 7 crias por altura de Abril e Junho, o desmame ocorre no final do primeiro mês e elas tornam-se independentes aos 3 meses.

São animais solitários com actividades nocturnas e crepusculares, chegando a deslocar-se 7,5km todas as noites. A alteração e destruição do habitat são os principais factores de ameaça, embora também o sejam os atropelamentos devido ao tráfego rodoviário, o controlo de predadores e a caça furtiva devido ao valor da sua pele.



São difíceis de observar no habitat natural devido à sua discrição. As pegadas medem entre 3 e 3,5 cm de comprimento e 2,4 a 4 cm de largura e surgem por vezes apenas 4 dos seus 5 dedos. Os seus dejectos possuem entre 6 e 8 cm de comprimento e menos de 1 cm de largura, possuindo um odor nauseabundo e sendo constituídos por pêlos, penas e ossos.

Dados das Fotografias:
- 1ª foto: F/5    1/80    ISO-400    220mm
- 2ª foto: F/4    1/80    ISO-400    70mm
- 3ª foto: F/5.6    1/100    ISO-400    300mm
- 4ª foto: F/5.6    1/100    ISO-400    300mm
- 5ª foto: F/5.6    1/40    ISO-400    300mm

F/5.6    1/200    ISO-400    200mm

 F/5.6 1/200 ISO-400 200mm


 F/5.6    1/160    ISO-400    200mm

F/5.6    1/160    ISO-400    200mm

Bibliografia:

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Migradora Rola-do-Mar

Rola-do-Mar
Ruddy Turnstone
Arenaria interpres

Pequena limícola visitante de inverno, ela percorre longas distancias entre as zonas de reprodução e de invernada, ocorrendo ao longo em toda a costa.

Possui entre 21 e 24 cm de comprimento e entre 44 e 49 cm de envergadura. As patas são alaranjadas e o bico é preto, sendo ambos curtos. A sua plumagem característica permite uma fácil identificação, possuem manchas pretas na cabeça e uma banda preta no peito contrastando com a coloração branca da parte inferior do corpo e apresenta um padrão muito marcado no dorso e nas asas. A plumagem nupcial é bastante colorida.

Tem uma distribuição Holárctica, o seu local de nidificação é no Árctico, ou seja, é uma espécie migradora que inverna na orla costeira de todos os continentes. Em Portugal é um visitante não reprodutor, que se pode observar tanto de inverno como durante a passagem migratória. Tem preferência por plataformas rochosas onde existam algas a cobrir as rochas, por vezes é possível observar em zonas com sedimentos arenosos, estuários, lagoas costeiras e pontões.

A sua alimentação consiste em invertebrados, principalmente de crustáceos e moluscos. O método utilizado na procura e captura de alimento varia com o habitat, época e disponibilidade de alimento, por vezes vira pedras, algas e outros objectos para capturar presas escondidas. Pode também alimentar-se de ovos de outras aves aquáticas.

Pode ser observada ao longo da costa durante o ano todo, embora seja mais abundante durante os meses de Agosto a Maio.

Dados das fotografias:
- 1ª foto: Peniche    F/10    1/400    300mm    ISO-200
- 2ª foto: Peniche    F/10    1/500    300mm    ISO-200
- 3ª foto: Peniche    F/10    1/400    300mm    ISO-200
 
Bibliografia:

www.naturlink.pt

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Inteligente Golfinho-Roaz

Golfinho-Roaz ou Roaz-Corvineiro
Common Bottlenose Dolphin
Tursiops truncatus


Mamifero aquático altamente inteligente, sendo um dos melhores amigos do Homem no oceano e a quem se atribui o salvamento de muitas pessoas naufragadas, encontrando-as por vezes no meio dos destroços. É a espécie mais famosa e conhecida de golfinho, principalmente pelo seu papel desempenhado na famosa série de televisão “Flipper”, mas também pela sua distribuição mundial. Possui uma elevada capacidade de adaptação à vida em cativeiro o que facilitou o seu estudo e o tornou a espécie mais encontrada nos parques temáticos e jardins zoológicos. Comunicam uns com os outros através de silvos distintos, cliques e linguagem corporal.

Possui um aspecto robusto, uma coloração cinzento-castanho e o ventre de cor clara, o bico é curto e encontra-se bem demarcado, a barbatana dorsal é falciforme. Existem dois ecotipos, a forma costeira (mais clara e maior) e a forma oceânica. Os machos podem atingir os 3.9 m, enquanto as fêmeas chegam apenas aos 3.6 m. A época de reprodução varia consoante o hemisfério em que se encontram, Junho e Setembro no Norte e Dezembro e Março no Sul.

A gestação tem uma duração média de 12 meses, da qual nasce apenas uma cria de 2 em 2 ou de 3 em 3 anos. A cria “mama” entre 19 meses a 4 anos, o leite materno é rico em proteínas sendo lançado em esguicho para a boca da cria, que não possui lábio e não pode por isso mamar, durante este período a cria é treinada e fica ao cuidado de outros membros do grupo quando a progenitora vai caçar. A ligação entre a progenitora e a cria é tão forte que já se observou progenitoras a trazerem as suas crias mortas até à superfície para as ajudar a respirar.

Podem viver entre 12 e 40 anos, sendo que alguns indivíduos cheguem aos 50 anos. Vive em grupos familiares entre 10 e 25 indivíduos, tendo sido já registado um grupo com 500 indivíduos. Normalmente os golfinhos passam o seu tempo com os seus companheiros favoritos, as fêmeas e as crias pequenas nadam normalmente em conjunto, assim como os machos. Deslocam-se a uma velocidade média de 20km/h podendo atingir os 40km/h, conseguem mergulhar a uma profundidade de 300m e suster a respiração por 20 minutos, dormem cerca de 8h por dia.

Alimentam-se entre 8 a 15kg de lulas, camarão, enguias e pequenos peixes por dia, normalmente caçam em grupo, encurralando pequenos cardumes e capturando aqueles que se afastam do cardume principal. Sabem tirar proveito das actividades marítimas do Homem, acompanhando os barcos de pesca e capturando os peixes que fogem das redes enquanto as mesmas são puxadas para dentro do barco, e banqueteiam-se dos peixes que os pescadores devolvem ao mar.

Habitam águas tropicais, subtropicais e temperadas de todos os oceanos, tanto nas zonas costeiras como em alto mar, por vezes chegam a entrar em baias, estuários, lagoas, canais e em rios. Em Portugal podem ser observados ao longo da costa de Norte a Sul, e no estuário do Sado, onde existe uma população residente, de apenas três existentes em toda a Europa.

Dados das fotografias:
- 1ª foto: tirada ao largo de Peniche    F/8    1/200    70mm    ISO-200
- 2ª foto: tirada ao largo de Peniche    F/8    1/640    300mm    ISO-200
- 3ª foto: tirada ao largo de Peniche    F/8    1/640    170mm    ISO-200

- 4ª foto: tirada ao largo de Peniche    F/6,3    1/320    70mm    ISO-200
- 5ª foto: tirada ao largo de Peniche    F/8    1/160    70mm    ISO-200


sábado, 30 de outubro de 2010

Lagartixa-da-Berlenga, endémica das Berlengas

Lagartixa-da-Berlenga
Podarcis carbonelli berlengensis

Pequeno réptil endémico da ilha da Berlenga, embora possua um parente no continente. Contudo este parente é diferente da que pode ser encontrada na ilha.

Possui uma coloração castanha com um fino reticulado escuro no dorso e as linhas dorsolaterais são descontinuas, nos machos apresentam tonalidades verdes enquanto que nas fêmeas são verdes e amarelas. Os flancos são verdes com ocelos azuis nos machos e castanhos nas fêmeas. A zona do ventre nas fêmeas apresenta uma coloração creme, branco sujo ou amarela e nos machos essa coloração é branca com pintas pretas nos individuos de maiores dimensões.

A sua densidade é elevada e possui uma distribuição ampla. Em comparação com os seus parentes continentais ela apresenta um tamanho maior, o facto de se encontrar numa ilha e de ter que suportar temperaturas baixas e ventos fortes ela desenvolveu duas características relacionadas com uma maior capacidade de retenção de água e de calor, isto é, desenvolveu escamas dorsais maiores e um focinho mais arredondado.

A alimentação consiste em artrópodes e moluscos, os quais tem de competir com outros habitantes da ilha, como o sardão e as diversas aves que lá habitam.

Local onde se pode observar
- Ilha da Berlenga

Dados das fotografias:
- 1ª foto: F/13 1/160 ISO-200 300mm+tubos Kenko (36+24+12)
- 2ª foto: F/13 1/200 ISO-200 300mm+tubos Kenko (36+24+12)

Bibliografia
- Almeida, N.F., Almeida, P.F., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J. & Almeida, F.F. (2001) Guia FAPAS Anfíbios e Répteis de Portugal. FAPAS. Porto. 249pp

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Ganso-Patola, o Mergulhador Brilhante

Ganso-Patola ou Alcatraz
Northern Gannet
Morus bassanus

Ordem: Ciconiiformes
Família: Sulidae

Os juvenis possuem uma coloração castanha pintalgada durante o primeiro ano, e vão ficando gradualmente mais claros até atingirem a maturidade ao fim de cinco anos. Os adultos medem entre 87-100 cm de comprimento e tem uma envergadura entre 165-180 cm. Possuem uma plumagem branca com a ponta das asas negras, o seu bico e os seus olhos são de coloração azul-clara, e os olhos encontram-se circundados por pele negra. Possuem os quatro dedos unidos por uma membrana interdigital. Durante a época de reprodução, tanto a cabeça como o pescoço ficam com tons amarelados.

Nidificam em penhascos sobre o oceano Atlântico Norte ou em ilhas rochosas, formando grandes colónias, a maior delas possui mais de 60.000 indivíduos (ilha Bonaventure, em Quebec), mais de metade da população mundial reproduz-se ao largo da costa da Grã-Bretanha. Os casais podem permanecer juntos por muitos anos, e realizam rituais de saudação nos ninhos.

São aves migratórias e durante o Outono viajam para o sul do Atlântico, podendo ser observados em Portugal. Voam em formação linear de dois a algumas dezenas de indivíduos. É abundante ao longo de toda a costa portuguesa, sendo facilmente detectado a partir de terra. As melhores épocas de observação são os picos de passagem migratória em Outubro e Março, mas ocorre durante todo o ano. É uma das aves marinhas mais comuns e também uma das que se pode observar em todo o litoral português.

Comem pequenos peixes agrupados em cardumes à superfície e para isso realizam mergulhos espectaculares a alta velocidade, podendo atingir os 40 metros de profundidade, entrando na água como um míssil e com grande impacto. São voadores poderosos e ágeis, mas muito desajeitados durante as descolagens e aterragens.

Locais onde se podem observar
- Douro e Minho: frente à foz do Cávado e litoral de Esposende e frente ao estuário do Douro.
- Litoral Centro: cabo Carvoeiro, Berlengas, praia do Furadouro, cabo Mondego e Barra de Aveiro.
- Lisboa e Vale do Tejo: cabo Raso e cabo Espichel.
- Costa Vicentina: cabo Sardão e cabo de Sines.
- Algarve: cabo de São Vicente, ponta da Piedade, cabo de Santa Maria (ria Formosa) e ponta da Atalaia-Aljezur.

Dados das fotografias:
- 1ª foto: juvenil   F/6.3   1/500   ISO-200   190mm
- 2ª foto: primeiro inverno   F/9   1/800   ISO-200   225mm
- 3ª foto: segundo inverno   F/8   1/800   ISO-200   210mm

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Barragem do Vale Cobrão

A barragem do vale Cobrão situa-se na recta da Nacional 119 a 11km do IC3, sendo de fácil acesso, embora as margens da barragem se encontrem vedadas e de acesso cortado. No dia da minha visita havia pouca água e a que havia encontrava-se num estado lastimável, mas por minha sorte existiam bastantes insectos interessantes para fotografar.



O primeiro avistamento foi de uma libélula que se encontrava a voar no caminho que percorríamos, era uma fêmea de Sympetrum fonscolombii (Red-veined darter), esta libélula é comum no sul da Europa e desde 1990 que tem sido também encontrada a norte da Europa. É semelhante a outras espécies do género Sympetrum mas uma observação mais detalhada permite observar várias diferenças, especialmente nos machos. Os machos (foto de baixo) possuem o abdómen vermelho, as asas possuem nervuras vermelhas, a parte inferior do olho é azulada/acinzentada. As fêmeas (foto em cima) são semelhantes aos machos mas possuem o abdómen amarelado e as asas possuem nervuras amarelas. As patas em ambos os sexos são maioritariamente pretas, mas com algum amarelo.
Os machos imaturos são idênticos às fêmeas embora um pouco mais vermelhos. É a única libélula encontrada nos Açores e na Madeira. É uma espécie territorial e é possível observá-la a voar entre Maio e Outubro. Depois da cópula o par permanece ligado até à postura dos ovos onde a fêmea coloca o seu abdómen na água para a deposição dos ovos, podem ser observados a voar sobre a água à procura de um local para depositar os ovos. Os ovos e as larvas desenvolvem-se rapidamente e ao contrário das outras libélulas europeias tem mais do que uma geração por ano.

Num dos charcos com água temporária avistei demasiados lagostins vermelhos (Procambarus clarkii), esta espécie é proveniente do estado do Louisiana nos Estados Unidos da América. É uma espécie invasora em Portugal e foi introduzido em 1973 na zona de Badajoz para abastecimento da linha alimentar, passaram para um afluente do Guadiana em 1979 e devido ao seu enorme poder de reprodução e de sobrevivência, espalharam-se rapidamente por toda a Península Ibérica. Este crustáceo de água doce, dependendo de onde habita, do estágio de crescimento em que se encontra, da alimentação, entre outros, é capaz de mudar de coloração. Pode viver até aos dois anos e chegar a medir cerca de 15cm. São geralmente calmos e encontram-se quase sempre escondidos. Tal como todos os artrópodes sofrem várias mudas de carapaça enquanto crescem. As lontras e outras aves alimentam-se desta espécie, tornando-se numa fonte de alimento importante para as lontras. Neste local pude observar varias pegadas e vários dejectos de lontra, assim como pedaços de lagostim que elas não gostam.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Exemplo de uma ave exótica em Portugal

Tecelão de Cabeça Preta
O tecelão-de-cabeça-preta (Ploceus melanocephalus) é uma espécie exótica que se encontra no nosso país devido a fugas acidentais, e que se estabeleceram na zona da Barroca d’Alva. Em Portugal esta espécie é observada sempre junto a zonas húmidas, tendo preferência por zonas com caniços. A sua área de distribuição original vai desde a África do Sul até ao Sara e desde o sul da Mauritânia até ao nordeste do Sudão. (foto de cima: macho)

Os machos são polígamos e constroem vários ninhos (foto de baixo) para atrair diversas fêmeas (foto direita), os ninhos têm uma forma arredondada e são construídos grosseiramente com diversas fibras vegetais. São construídos colonialmente e os ninhos não aceites por nenhuma fêmea são destruídos, os que são utilizados possuem um forro interno de penas e outros materiais isolantes.


Pancas

A reserva natural do estuário do Tejo possui uma grande riqueza avifaunística, e é considerada uma das dez zonas húmidas mais importantes para o estacionamento das aves aquáticas migradoras, sendo um local excelente para fotografar e proporcionar momentos inesquecíveis. A zona de Pancas situa-se nos limites da zona de protecção especial que complementa a reserva natural, sendo uma zona de montado para gado. Na foto em cima pode-se observar um juvenil de coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) que se encontrava à beira da estrada e pouco ou nada se assustou. Quando o vi aproximei-me o mais possível (de carro) até ao ponto em que ele estava pronto a fugir, desliguei o carro e fotografei-o. Liguei novamente o carro e fui-me aproximando devagar de forma a não fugir, até que fiquei a pouco mais de 3 metros dele e tive oportunidade de tirar um conjunto de fotografias, ele não parecia estar muito assustado e quase não cabia no ecrã da máquina, fiquei a observá-lo por uns minutos e quando voltei a ligar o carro ele fugiu pelo meio da vegetação.

Contudo existe uma ave muito assustadiça e que tem o hábito de se juntar às vacas enquanto estas pastam para se alimentar, sobretudo de pequenos insectos que ficam expostos nas pegadas das vacas, as garças-boeiras ou carraceiro (Bubulcus ibis) possuem um bico curto e amarelo e na época de reprodução as penas ficam alaranjadas o que as distingue das outras garças. Estas fogem imediatamente assim que um carro abranda ou para, o que torna bastante difícil conseguir tirar uma boa foto quando se é o condutor e fotografo ao mesmo tempo. Então para conseguir a foto à direita tive de engendrar um plano para elas não fugirem imediatamente, então deixei o carro a andar sozinho e fui fotografando até elas decidirem levantar voo até um local mais longe.

Devido aos inúmeros terrenos agrícolas e às grandes zonas de pastagem, a zona é excelente para as aves de rapina caçarem as suas presas. Na foto à esquerda pode-se observar uma águia de asa redonda (Buteo buteo), espécie relativamente comum em Portugal e que caça desde aves até insectos. Possuem uma visão extremamente apurada, conseguindo ver um rato a quilómetros de distância e a aproximação deve por isso ser cuidadosa. Elas possuem vários poisos preferidos de onde podem observar toda ou quase toda a extensão do seu território, e de onde partem para caçar. Esta permaneceu entre dois locais enquanto eu a fotografava e permitiu-me aproximar bastante. Na zona é possível observar também diversos peneireiros, mas estes permaneceram sempre longe neste dia de muito calor.

domingo, 1 de agosto de 2010

Grutas e nascentes do Vale Canhão do rio Ota e de Alenquer

A ciência viva no Verão realiza saídas gratuitas desde o verão de 2002, e desde então que tenho feito todos os anos diversas saídas com especialistas de várias áreas de Biologia e Geologia. Esta saída, inserida na geologia no verão, ás grutas e nascentes do vale canhão do Rio Ota e de Alenquer foi realizada por elementos da SPE, isto é, Sociedade Portuguesa de Espeleologia e foi possível observar diversos locais de importância geológica.

A foto de cima é possível observar uma cascalheira no vale canhão do rio Ota, por onde foi feito parte do percurso. Foi possível observar e entrar numa pequena lapa que se encontra ao longo das margens do rio, nomeadamente um pouco mais acima. O rio Ota não possui água durante o verão, o que facilita o percurso. Nesta gruta encontrámos duas traças com cerca de 10cm e que possuíam a parte inferior das asas de cor avermelhada, mas que ainda não sei o nome. (foto da direita)

Numa zona mais a jusante ainda existia água e decidi procurar algumas rãs, embora o elevado número de vespas tenha dificultado a tarefa. Depois de alguns minutos a caminhar no meio da água e lodo, por fim encontrei duas pequenas rãs verdes e tirei a foto em baixo. Uma das vespas ia poisando em cima da rã e consegui captar esse magnifico momento, embora tenha já sido quando a vespa estava a ir-se embora.

sábado, 26 de junho de 2010

Fauna Ibérica entre as Exóticas


No ano da biodiversidade, os jardins zoológicos possuem um papel fundamental na conservação e preservação de determinadas espécies. O nosso jardim zoológico encontra-se mais vocacionado para protecção de espécies de mamíferos e aves (com um total de 271 espécies diferentes e cerca de 3000 exemplares) e tem vindo a modernizar e melhorar os habitats destas. Estes melhoramentos fazem-nos esquecer o antigo jardim zoológico cheio de jaulas e grades, onde os animais pareciam tristes e com pouco espaço, e proporcionam ao visitante um passeio mais agradável no centro de Lisboa onde pode observar os animais num meio mais natural, com mais espaço e mais felizes.
No entanto, para além destas espécies de aves e mamíferos, o zoo possui também 56 espécies de répteis e 5 de anfíbios e artrópodes, que se encontram principalmente no reptilário e onde os visitantes podem observar de forma segura, mas é possível encontrar outras espécies de répteis e anfíbios espalhados pelo jardim zoológico, nomeadamente, algumas espécies endémicas de Portugal e que merecem também uma atenção por parte do zoo e do visitante, embora elas passem completamente despercebidas no meio de tantos animais exóticos e novos. Na imagem de cima é possível observar duas Rãs Verdes (Rana perezi) num dos lagos artificiais que circundam os habitats dos pequenos primatas, elas encontraram um local perfeito para habitar e já observei cerca de uma dezena de rãs naqueles lagos, podendo ser ainda mais. É possível observá-las e ouvi-las a emitirem os seus sons característicos, visto elas manterem-se imóveis durante bastante tempo o que permite observá-las tranquilamente, e não fogem imediatamente ao avistarem as pessoas. Visto existirem visitantes e funcionários constantemente, elas encontram-se habituadas à presença humana e permitem aproximar até uma distância boa para fotografar.

Também é possível observar algumas espécies de lagartixas, como a da imagem, uma lagartixa-ibérica (Podarcis hispanica). Elas encontram-se um pouco por todo o lado, desde ao pé das casas como a passear pelos caminhos. A sua alimentação consiste em pequenos insectos e são por isso boas a controlar as pragas de insectos que por vezes podem ocorrer. Para as observar é necessário manter o silêncio e a aproximação deve ser feita com cuidado, aproveitando os momentos em que ela olha para outro lado para dar mais um passo (tal como os felinos fazem quando perseguem as suas presas). Quando a distância for perfeita para fotografar, é só rezar para que não apareça ninguém entretanto que possa estragar a fotografia. Por isso, quando forem ao jardim zoológico não procurem observar apenas os animais exóticos mas também aqueles que pertencem à nossa fauna e que nos cabe a nós proteger.