GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA

Todos os posts relativos ao meu livro GUIA DE FAUNA DA TAPADA DA AJUDA! Desde "Como Comprar", a todas as notícias e entrevistas que sairam relativamente ao guia. Se necessitar de mais informações basta entrar em contacto através do e-mail onwild@dophotography.net. Muito obrigado a todos.

MINI-ARTIGOS SOBRE AS ESPÉCIES

Nesta secção encontram-se mini-artigos sobre as espécies, de forma sucinta e clara, ficamos a conhecer um pouco mais sobre a nossa fauna. Ilustrados com as melhores fotografias da espécie.

AS MINHAS MISSÕES

Ao contrário dos artigos, nas missão explico como consegui fotografar as espécies (ou observar). O que sofri e as peripécias para as conseguir fotografar tranquilamente e sem as perturbar.

TRUQUES E DICAS

Nesta secção poderá encontrar alguns truques e dicas sobre fotografia de vida selvagem e de natureza, desde as técnicas utilizadas na máquina como algumas das técnicas utilizadas no terreno.

ABRIGOS

Para além dos vários truques, existem também alguns abrigos já montados que podemos frequentar em Portugal e outros tantos em Espanha. Serão apenas colocados abrigos que tenha frequentado.

UM MÊS...UMA AVE

A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e da Universidade de Évora apresenta nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "UM MÊS...UMA AVE". Todos os meses foi apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. A lista de espécies do primeiro ano está terminada.

Canal Youtube onWILD

Novo canal no youtube destinado apenas a filmagens de vida selvagem. Subscrevam.

Definições Canon 7D Mark II

As definições que utilizo na minha máquina para a fotografia de aves.

sábado, 8 de novembro de 2014

Ave do Mês de Abril de 2014: Chamariz – Serinus serinus

http://therocky41.blogspot.com/2014/11/ave-do-mes-de-abril-de-2014-chamariz.html

A Ave do Mês de Abril de 2014: Chamariz – Serinus serinus.

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157635165472673/


Esta pequena ave, chamariz ou milheirinha (Serinus serinus) utiliza o topo das árvores para vocalizar, especialmente ao nascer do sol. É frequente avistá-la a voar de árvore em árvore ou junto a fontes de água. Por ser granívora, necessita de ingerir bastante água, esta poderá ser a melhor forma de o observar nos jardins da fundação Calouste Gulbenkian.
 
http://therocky41.blogspot.com/2014/11/ave-do-mes-de-abril-de-2014-chamariz.html

Ave do Mês de Março de 2014: Chapim-real - Parus major

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825935192

A Ave do Mês de Março de 2014: Chapim-real - Parus major
http://therocky41.blogspot.pt/2014/02/um-mesuma-ave.html
A ave do reinício da campanha foi o chapim-real. Um ano de campanha já passou, nele tivemos a oportunidade de conhecer 12 aves que habitam os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, mas ainda há mais espécies para conhecer. O mês de Março marca o início da época de reprodução, por isso, foi seleccionada uma das aves mais vocais da Europa.

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825935192

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825935192

Outro Mês...Outra Ave




A Fundação Calouste Gulbenkian com o apoio científico da Fundação Luis de Molina e a Universidade de Évora apresenta pelo segundo ano nos jardins da fundação em Lisboa o projeto "OUTRO MÊS....OUTRA AVE".
Todos os meses será apresentada uma espécie presente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. Galeria com todas as espécies.

Lista ordenada das espécies:
A ave do mês de Março de 2014: Chapim-real - Parus major. 
http://therocky41.blogspot.pt/2014/11/ave-do-mes-de-marco-de-2014-chapim-real.html
A ave do mês de Abril de 2014: Chamariz – Serinus serinus.
http://therocky41.blogspot.com/2014/11/ave-do-mes-de-abril-de-2014-chamariz.html
A ave do mês de Maio de 2014: Andorinhão-preto – Apus apus
A ave do mês de Junho de 2014: Alvéola-cinzenta – Motacilla cinerea.
http://therocky41.blogspot.com/2014/11/ave-do-mes-de-junho-de-2014-alveola.html
A ave do mês de Julho de 2014: Pato-real – Anas platyrhynchos.
http://therocky41.blogspot.pt/2014/08/a-ave-do-mes-de-julho-o-pato-real.html
A ave do mês de Agosto de 2014: Andorinha-das-chaminésHirundo rustica.
http://therocky41.blogspot.com/2014/11/ave-do-mes-de-agosto-de-2014-andorinha.html
A ave do mês de Setembro de 2014: Pardal-doméstico – Passer domesticus.
http://therocky41.blogspot.com/2014/11/ave-do-mes-de-setembro-de-2014-pardal.html
A ave do mês de Outubro de 2014: Pombo-torcazColumba palumbus.
A ave do mês de Novembro de 2014: Tordo-comumTurdus philomelos.
A ave do mês de Dezembro de 2014: Lugre - Carduelis spinus
A ave do mês de Janeiro de 2015: Alvéola-branca - Motacilla alba
A ave do mês de Fevereiro de 2015: Chapim-carvoeiro - Periparus ater

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Missão: Ganso-patola

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924
Fotografar aves pelágicas é um dos maiores desafios de um fotógrafo de vida selvagem. O maior risco é que a máquina apanhe com água salgada. A água salgada corrói os sistemas eletrónicos, comprometendo o normal funcionamento da máquina. Por isso, todos os cuidados são poucos quando se sai para fotografar aves pelágicas. Depois de todos os cuidados assegurados, é finalmente altura de aproveitar e fotografar aves que apenas se deslocam a terra para nidificar.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924
O ganso-patola (Morus bassanus) é uma das aves pelágicas mais extraordinária. A primeira extraordinária característica que apresenta é a enorme diferença entre os indivíduos adultos e os juvenis. Os adultos apresentam uma plumagem pura branca, no entanto, os juvenis possuem uma coloração escura com pintas brancas. Só ao 5º inverno é que os indivíduos atingem a plumagem de adulto, perdendo a coloração escura aos poucos. A outra extraordinária característica é que desde que levantam voo pela primeira vez e até voltarem a pisar terra podem passar mais de 4 anos. Isto significa que a ave fica 4 anos a deambular em alto mar, sobrevivendo às piores tempestades de inverno.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924
A procura de alimento é também uma tarefa difícil. A maioria das vezes servem-se dos companheiros mamíferos marinhos, estes reúnem cardumes de peixes à superfície, ficando à mercê dos ataques dos gansos-patolas. E aqui está a última extraordinária característica. A forma como mergulham na água para pescar. Esticando as asas para trás, ficando semelhantes a um míssil. Desta forma, conseguem atingir maior profundidade que as outras aves.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157626825865924

As saídas pelágicas foram realizadas com a Cape Cruiser, empresa especializada em Observação de Cetáceos e de Aves Marinhas, durante o Festival de Observação de Aves da SPEA em Sagres.
 empresa especializada em Observação de Golfinhos e Baleias, Observação de Aves Marinhas,

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Missão: Trepadeira-azul


Quando comecei à procura de um local para colocar um bebedouro e um comedouro tentei descobrir quais as potenciais espécies que o iriam visitar. Uma delas foi a trepadeira-azul (Sitta europaea). Embora o local escolhido não seja o habitat mais favorável à sua ocorrência, é certamente um local de passagem de indivíduos de trepadeira-azul.



A tarefa não foi fácil, depois do bebedouro instalado e dos comedouros colocados. Só passados dois meses é que as trepadeiras-azuis finalmente apareceram. E mesmo assim não facilitam a tarefa da realização das fotografias.


Os seus rápidos movimentos a descer os troncos e as suas posições estranhas dificultam a obtenção das melhores fotografias. É necessário alguma paciência e velocidade a apontar e focar para obter os melhores resultados. À dias em que elas testam a paciência dos chapins, pois permanecem no topo das árvores a vocalizar, neste caso a avisar os chapins de que estão nas redondezas, sem nunca chegarem a ir ao comedouro. Neste dia o fundo ficou esverdeado, noutros dias e devido à diferença na direção da luz solar o fundo poderá ficar amarelado.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A Ave do Mês de Julho: o Pato-real

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157635165472673

A ave do mês de Julho nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian foi o pato-real (Anas platyrhynchos). O pato-real é uma das aves mais abundantes nos Jardins Gulbenkian. Devido à inexistência de predadores naturais e devido a algumas atitudes e comportamentos humanos, como o fornecimento de alimento, o número de patos-reais é superior à capacidade dos Jardins. Ou seja, o número de patos-reais é superior às que os Jardins suportam numa situação de equilíbrio ecológico.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157635165472673
 
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157635165472673
 
 
Este excesso de patos-reais promove uma menor qualidade da água do lago e também o desgaste excessivo dos relvados. Por isso, quando visitar os Jardins Gulbenkian não alimente os patos-reais.
 
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157635165472673

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157635165472673

O Cão: Resgatei um cão abandonado

O cão: Resgatei um cão abandonado
 
 
Esta é uma nova série de artigos que irei publicar sobre os problemas que enfrentei devido à cadela Skye que resgatei de uma estrada nacional. Tentarei abordar este tema de uma forma diferente do normal, isto porque sou biólogo e tenho um gosto especial pelos felinos (gatos), e também porque nunca quis um cão (principalmente devido à falta de espaço e de tempo). A ideia para este tema, ao contrário do que se possa imaginar, não foi o facto de ter de lidar com a cadela diariamente, mas sim lidar com a sociedade.
 
Começando pelo inicio, o que fazer ao encontrar um cão abandonado. Nalguns locais é usual os cães passearem pelos terrenos em redor das casas, regressando mais tarde à sua casa, sendo difícil distinguir quais se encontram realmente abandonados ou perdidos dos que andam simplesmente a passear. Ao encontrar um cão a deambular à beira da estrada a primeira coisa a fazer é chamar o cão. Aí deve ter em atenção dois fatores, se o cão foge em direção a casa ou se o cão vem ao nosso encontro. Para os que fogem desesperadamente em direção a casa, nesses casos basta acompanhar o cão até à casa e aí perguntar se o cão pertence à casa. A última reação é sinal de que o cão precisa da nossa ajuda, embora alguns fujam devido ao medo, a maioria aproximar-se-á do ser humano pois compreende que este significa comida e água. Neste caso podem ocorrer duas possibilidades, ou o cão está perdido ou foi abandonado. A primeira reação será perguntar em todas as casas perto do local onde encontrou o cão se este pertence a alguém. Caso não haja nenhuma resposta positiva, será necessário deslocar-se até ao posto da GNR mais próximo e reportar o incidente. Atenção: a GNR irá ajudar na resolução do problema, mas nunca irá abrigar o cão, teremos de ser nós a cuidar do cão. A única solução imediata que a GNR pode oferecer é transportar o cão para o canil municipal. Aí o cão enfrenta outro problema, a sobrepopulação dos canis, ou seja, caso não seja encontrado o dono numa semana o cão poderá ser abatido.
 
 
Atualmente muitos dos cães possuem chip. O problema do chip é que é necessário ir a um veterinário para descobrir se o cão possui chip ou não, caso possua chip o próprio veterinário consegue aceder aos dados e contactos do dono do cão, ou da veterinária que colocou o chip. A maioria das informações contidas no chip encontram-se na base de dados na junta de freguesia onde reside o dono do cão, mas também devem constar de bases de dados online. O problema é que muitos donos apenas registam o seu cão na junta de freguesia. Desta forma é mais difícil descobrir as informações dos donos, pois teremos de contactar todas as juntas de freguesia ou o canil municipal. No entanto, existem casos raros onde o cão é abandonado e possui chip. Nestes casos é necessário contactar o dono e esclarecer porque abandonou o cão, no meu caso foi o canil municipal de Loures que intercedeu junto do dono e me informou que este não estaria disponível para ficar com a Skye. O problema quando um cão é abandonado com chip é que quem o encontra não pode ir ao veterinário com o cão, isto porque é necessário o consentimento do dono… A solução é o dono passar um certificado em como nos “cede” o cão, passando a ser quem resgatou o cão a pessoa responsável pelo mesmo. No final é necessário também alterar os dados do chip, para além das despesas no veterinário.
 
Como calculam ninguém no seu perfeito juízo irá entregar o canídeo à pessoa que o abandonou, pois este poderá ser novamente abandonado ou maltratado. O que fazer a quem abandonou o cão? Depois desta história toda, apercebi-me que mesmo com a história dos chips os nossos animais de estimação continuam muito desprotegidos dos maus tratos que sofrem às mãos de certos humanos.



Fauna e o Homem

 
Fauna e o Homem
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7


Esta nova ideia surgiu depois de ouvir as pessoas a queixarem-se dos animais com que lidam diariamente quando vão para o campo ou quando vivem no campo. A ideia é em poucas palavras explicar e desmistificar algumas das nossas espécies.
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7
 
Mitos
. Aqui serão retratados mitos sobre os animais que são contados de pais para filhos e que passaram já muitas gerações, sendo difíceis de combater pois estão enraizados na nossa cultura;
. Existem inclusive diversas musicas que falam sobre os animais de forma errada, a mais conhecida é a ‘Atirei o pau ao gato’, remetendo para a violência sobre os animais;
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7
 
Prós
. Tudo o que animal trás de bom para o ser humano, quer seja no meio do campo ou no meio da cidade;
. Quando a vida selvagem acompanha o ser humano para o centro das cidades surgem uma nova série de mitos, provenientes do medo e do desconhecimento;
 
Contras
. Nem todas as espécies possuem prós, algumas possuem alguns contras;
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A SKYE

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

Esta cadelinha muito meiga foi encontrada a deambular pela estrada nacional entre a Amareleja e a Granja. Foi recolhida por mim e encontrava-se mal nutrida e muito assustada. O veterinário David Delgado da LPN obteve a informação do chip que veio a relevar-se ter sido colocado pela veterinária do canil municipal de Loures. Onde a cadela tinha ido parar quando foi abandonada pela primeira vez. Por fim foi adotada pelo Dono #1 (que foi contactado pelos serviços municipais de Loures). O Dono #1 confessou não ter condições para a ter e que a “emprestou” a um amigo caçador da região da Amareleja (Dono #2). O amigo caçador (Dono #2) encontra-se atualmente na Suíça e terá deixado a cadela a um outro amigo (Dono #3). O último dono dela (#3) é de paradeiro desconhecido. Toda a história é muito confusa e pelo estado em que a cadela se encontrava dava a sensação de estar há alguns dias a deambular na rua.

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

Chama-se Anouk, mas não responde por este nome. Eu trato-a por Skye ou Rapariga. Ela é simpática, meiga, brincalhona e encontra-se ainda um pouco assustada. Não ladra e não resmunga. Possui cerca de 2 aninhos e está esterilizada. Está muito bem-educada e rapidamente aprende o que pode ou não pode fazer. Assim como aprende truques rapidamente, dar a pata, sentar-se e deitar-se, até mesmo ir buscar objetos ou brinquedos. Criei um vídeo com a história desta pequena: https://www.youtube.com/watch?v=_BQ1lb-PeuQ

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157644175947305

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Missão: Lagartixa-de-dedos-denteados

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629955688946
EXIF  F/5.6  1/125 seg.  ISO 100  100 mm
A lagartixa-de-dedos-denteados (Acanthodactylus erythrurus) é uma das mais rápidas, especialmente em areal aberto. Neste caso, fotografei-a numa zona de matos baixos, com muitas rochas e um substrato arenoso, mais duro que as típicas dunas que costumam frequentar. Conhecendo a espécie sabia que tinha de ter muita paciência, pois fogem e desaparecem muito rapidamente. Em dias de calor ficam ainda mais ativas e mais difíceis de fotografar. Com as temperaturas a chegar aos 36ºC, esta lagartixa preferia descansar à sombra e evitava os locais com exposição ao sol.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629955688946
EXIF  F/4  1/1000 seg.  ISO 100  100 mm
Num determinado momento acabou por atravessar o caminho e viu-se obrigada a parar num local exposto ao sol. Aí fez algo pelo qual não esperava, escavou um bocado o solo mesmo debaixo da barriga. Assentou a barriga no chão e levantou as quatro patas (fotografia em baixo). Tudo isto para evitar o chão quente que pode provocar lesões nas patas e torna-la mais lenta quando precisar de fugir de algum predador.


https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157629955688946
EXIF  F/4  1/1600 seg.  ISO 100  100 mm

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Capa do Guia de Fauna Silvestre da Tapada da Ajuda

http://www.flickr.com/photos/the_rock_7
O guia de Fauna Silvestre da Tapada da Ajuda foi um projeto que comecei a desenvolver quando ainda era estudante de Biologia do Instituto Superior de Agronomia. A principal razão foi a falta de um suporte em papel que ajudasse a identificar todas as espécies de vertebrados presentes na Tapada da Ajuda durante os meus passeios pela tapada. Terminado o mestrado em Biologia da Conservação pela Universidade de Évora decidi retomar este projeto e finalmente terminá-lo. A data de lançamento ainda não é conhecida (mas no final do ano saberei mais detalhes). Entretanto tenho trabalhado na realização das fichas das espécies e na obtenção das fotografias que faltam (trabalho de secretária nos dias de chuva e trabalho de campo nos dias de sol). Espero que gostem desta pequena amostra. Darei novidades aqui pelo blog.
 
Em baixo podem ver uma das fichas (com o texto desfocado para guardar surpresa), neste caso da espécie Nycticorax nycticorax, o goraz ou garça-noturna.
 
http://www.flickr.com/photos/the_rock_7

Artigo: Grou

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157628263456361
Os grous (Grus grus) podem chegar a medir 245 cm de comprimento de asas. Esta grande e elegante ave forma grandes bandos durante o inverno. Esta tática permite que as aves percam menos tempo a vigiar por sinais de perigo (predadores) e disponham de mais tempo para procurarem alimento. O número elevado de grous significa mais cabeças a vigiar, por isso, podem alimentar-se durante mais tempo mas mantendo o mesmo nível de segurança. No entanto, grandes bandos de aves levam ao aumento dos conflitos entre indivíduos pelo acesso aos melhores locais de alimentação.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157628263456361

Reproduzem-se no norte da Europa, e a migração toma dois rumos. Parte da população migra para a região este do mar mediterrânico e a outra parte da população migra para oeste do mar mediterrânico. Mais concretamente, as regiões da península ibérica e norte de África. A migração ocorre para escaparem aos invernos rigorosos do norte da Europa, na busca de melhores condições de alimentação. Chegam a concentrar-se cerca de 3000 aves em todo o território nacional. A maioria destas aves instala-se na região alentejana, perto da fronteira com a Extremadura espanhola.
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157628263456361
 

Procuram zonas cultivadas, pousios, pastagens naturais e montados, geralmente zonas pouco densas e com poucos matos. Locais onde se podem alimentar de matéria vegetal. Os principais alimentos ingeridos consistem em raízes, rizomas, tubérculos, folhas, caules e sementes. Na região alentejana alimentam-se preferencialmente de bolotas e de cereais. Podem também alimentar-se de invertebrados e anfíbios. Nas áreas de reprodução chegam a incluir na sua dieta pequenos mamíferos, peixes, ovos e crias de aves. Os grous tendem a concentrar-se nos locais mais favoráveis e com melhores condições de alimentação. Sendo fiéis aos locais, regressando ano após ano.

https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157628263456361
Ao cair da noite os bandos concentram-se num mega bando para voarem em segurança para os dormitórios. Chegam a concentrar-se mais de 400 indivíduos num único bando. Estes locais são frequentemente associados à água, como açudes e charcas pouco profundas. Locais tranquilos. Longe de casas ou estradas. Com boa visibilidade. Declive pouco acentuado e pouca vegetação. Preferindo margens pouco profundas de rios ou albufeiras, onde pernoitem em grandes bandos e em segurança. 
https://www.flickr.com/photos/the_rock_7/sets/72157628263456361
Fotografar os grous é uma tarefa complicada. É difícil aproximarmo-nos o suficiente ou escolher o local adequado para colocar um abrigo fotográfico. Pois eles escolhem os locais de alimentação consoante lhes dá na cabeça. Nunca regressam no dia seguinte, mas podem regressar dois ou três dias depois. Adivinhar esse dia pode ser complicado.